Cáritas Internationalis denuncia: “pobreza extrema é a principal razão do tráfico de seres humanos”
A Cáritas Internationalis, esteve presente na Conferência “Iniciativa Global de Luta Contra o Tráfico”, organizada pela Agência das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime Organizado (UNODD), que se realizou em Viena de 13 a 15 de Fevereiro. Na ocasião, o Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, e presidente da Caritas Internationalis, afirmou que “a razão principal para a existência de tráfico de seres humanos reside na extrema pobreza que se verifica em muitos pontos do globo”
A Cáritas Internacionalis, confederação de 162 instituições católicas nacionais, aproveitou este encontro para fazer um apelo no sentido de que sejam adoptadas políticas migratórias e económicas que reduzam a vulnerabilidade das pessoas perante o tráfico, e que, ao mesmo tempo, se enfrentem as raízes deste tráfico com uma acção decidida, afim de que sejam alcançados os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio».
«Combater o tráfico de seres humanos, significa preservar a dignidade humana, lutar contra a pobreza e promover e defender os direitos humanos. Tudo isto se encontra no coração da missão e do trabalho da Cáritas», expressa o documento que esta instituição apresentou à assembleia. Neste documento da Caritas, afirma-se, ainda, que, “o tráfico de seres humanos «criados à imagem de Deus» os reduz a «escravos em virtude de actos criminosos que violam os direitos humanos básicos, a dignidade inviolável e a integridade da pessoa humana».
Segundo esta organização católica, «o tráfico de seres humanos é alimentado pela pobreza que, com frequência, é agravada pela injustiça e pela falta de oportunidades, que fazem com que as pessoas se tornem vulneráveis aos criminosos».
«Na legítima procura de condições de vida dignas ou da sua sobrevivência, milhares de pessoas, cada vez mais mulheres, deixam as suas comunidades e são atraídas ou presas na escravidão.»
A Rede Cáritas faz um apelo aos «líderes de todo o mundo, sobretudo aos das nações mais ricas, para que honrem os seus compromissos no combate à pobreza para se alcançarem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio».
«Esses compromissos ainda por cumprir, estão a gerar desespero e uma desumanizante injustiça, que é o que o tráfico de pessoas e a escravidão significam», conclui a organização.
A iniciativa global das Nações Unidas para o combate ao tráfico de pessoas, foi concebida para unir forças e coordenar a luta contra este problema, baseando-se nos acordos feitos nas Nações Unidas.
Até hoje, mais de 110 nações assinaram o protocolo para a prevenção, supressão e condenação do tráfico de pessoas, especialmente de mulheres e crianças, que a Convenção de Palermo contempla contra o crime organizado transnacional.
Fonte: Agência Zenit