VIII Encontro de Animadores Sócio Pastorais das Migrações 2008
Conclusões
Por ocasião do 94º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, realizou-se em Fátima (Casa Nossa Senhora do Carmo) o VIII Encontro de Animadores Sócio Pastorais das Migrações. Em debate o tema “Os Migrantes e o Futuro da Europa”, que constituiu uma oportunidade para avaliar o contributo da Presidência Portuguesa da União Europeia para uma visão integrada da realidade das migrações e para preparar o Ano Europeu para a Interculturalidade.
As conclusões propostas pelos cerca de 60 participantes, provenientes da Caritas e dos Secretariados da Mobilidade Humana de 20 Dioceses, resultam da análise ao tema nas suas diferentes perspectivas e do trabalho que, diariamente, os animadores sócio pastorais das migrações desenvolvem.
Considerando que
A Europa precisa dos imigrantes para realizar o seu projecto de desenvolvimento;
A Igreja na Europa não tem futuro sem os imigrantes;
O discurso da gestão dos fluxos migratórios deve dar lugar a modelos de integração consistentes, coerentes e determinados
A Europa procura restaurar o tecido de uma sociedade de confiança;
Os imigrantes não podem ser olhados como factor de desenvolvimento apenas dos países de acolhimento;
A matriz cultural da Europa está marcada pelo humanismo cristão
Propomos:
– Trabalhar para que a Igreja, Estado e Comunicação Social se empenhem na difusão de uma imagem da imigração mais consentânea com a realidade e menos alarmista
– Providenciar para que seja fornecida aos migrantes e às suas famílias informação correcta na base da qual eles possam tomar decisões fundamentadas para partir, ficar ou regressar, contribuindo para a neutralização dos angariadores
– Fazer pressão para que a aplicação da legislação seja uniforme, transparente, ágil e efectiva
– Promover e apoiar iniciativas que levem a um melhor conhecimento mútuo e ao diálogo intercultural
– Fazer e levar a que as entidades façam uma aproximação humanitária aos imigrantes em situação irregular
– Manter a utopia do discurso do direito à mobilidade global
– Reforçar o trabalho em rede da Igreja, da sociedade civil, Estado que apoiem os migrantes
– Manifestar expectativas em relação à migração circular e as maiores reservas ao “blue card”
– Investir na Evangelização, com maior criatividade, sem se limitar a uma pastoral dos sacramentos
– Ir ao encontro das comunidades que se escapam aos animadores sócio pastorais das migrações
– Fomentar uma intervenção activa por parte da Igreja Católica, em qualidade, e concertada nas suas diferentes expressões;
– Promover acções de sensibilização e dinamizar nas várias comunidades o Dia Mundial do Migrante e Refugiado;
Os participantes neste VIII Encontro apelaram também à ratificação por parte de Portugal da Convenção da ONU sobre os Trabalhadores Migrantes e e suas Famílias.
Fátima, 18, 19, 20 de Janeiro