Combate à pobreza deve continuar a ser prioritário, defende Cáritas
Agora que se está a realizar o Conselho Europeu de Bruxelas (29 e 30 de Outubro) no qual se debate, entre outros temas, a preparação da Conferência Internacional de Copenhaga, em Dezembro próximo, a Cáritas Portuguesa fez chegar ao primeiro-ministro José Sócrates uma missiva em que dá conta da sua preocupação, partilhada pelas Cáritas Europeias, relacionada com uma eventual redução dos valores do compromisso de afectação de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto na chamada Ajuda Pública ao Desenvolvimento, até 2015, por parte dos países da União Europeia.
Em causa está a possibilidade de alguns Estados direccionarem parte dessa verba para apoio a programas que visem a redução dos efeitos nefastos das alterações climáticas. Assim, caso passe a ser este o entendimento do apoio que os países desenvolvidos pretendem dar aos países em vias de desenvolvimento, estes ficarão numa situação ainda mais delicada no combate às situações de extrema pobreza em que se encontram.
Na referida carta, Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas, pretende sensibilizar o primeiro-ministro para esta problemática e apela a que o financiamento para o esforço de adaptação e mitigação das alterações climáticas não seja feito à custa da Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Para a Cáritas, os recursos a afectar para enfrentar este novo desafio devem ser adicionais e complementares ao apoio à Ajuda Pública ao Desenvolvimento. O combate à pobreza é e deve continuar a ser prioritário.
Cáritas Portuguesa, 30 de Outubro de 2009