Fórum de Política Social da Cáritas Europa
Entre 27 e 30 de Abril decorreu em Praga, o 3º Fórum de Política Social da Cáritas Europa, sob o tema Solidariedade: Estratégias Sociais Sustentáveis – a responsabilidade das sociedades europeias na resposta aos efeitos sociais da crise económica.
O evento, que contou com a participação de 38 Cáritas Nacionais dos diversos países da Europa, iniciou com uma saudação pelo Cardeal Miloslav Vlk, Arcebispo de Praga e Primaz da Boémia.
Os trabalhos centraram-se nas seguintes temáticas: inclusão social dos trabalhadores domésticos, sem abrigo, órfãos vítimas da mobilidade laboral, problemática da exclusão dos ciganos e grupos itinerantes, e impacto da crise nos serviços sociais e de saúde.
Foram apresentados dois documentos de tomada de posição, um sobre o HIV/SIDA e outro sobre Apoio Domiciliário. Estes documentos, elaborados a partir da prática, possibilitam uma visão geral do trabalho desenvolvido pelas Cáritas europeias e deixam recomendações para a rede Cáritas e para os decisores políticos, aos níveis nacional e europeu.
Houve também uma sessão dedicada à avaliação do programa INCLUSION e preparação das actividades futuras, com um enfoque na elaboração do documento “A visão da Cáritas sobre a pobreza na Europa, no século XXI”, que está a ser preparado no contexto de 2010, Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.
A crise, nas dimensões financeira, económica e social, assim como o papel da Cáritas, foi amplamente debatida. O Presidente da Cáritas Europa, Pe. Erny Gillen, durante a conferência pública, disse que “a Cáritas não se pode deixar toldar pela crise pois não nos podemos esquecer que os pobres estão sempre em crise. Temos de trabalhar para que a pobreza não se torne uma armadilha para mais pessoas”. Destacou também que “é necessário estar atento a franjas da classe média que estão, cada vez mais, em risco de pobreza”. O Pe. Erny Gillen terminou a sua intervenção referindo que “ a Cáritas acredita, em primeiro lugar, nas pessoas e que as pessoas devem ser actores e não vítimas. O tempo do individualismo deve dar lugar ao tempo da comunidade”.
Durante o fórum decorreram ainda comunicações e debates que contaram com representantes da Organização Internacional do Trabalho, da Comissão Europeia, do Conselho da Europa, e da Presidência Checa da União Europeia.
A Cáritas Portuguesa esteve representada por 3 delegados.