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O Presidente da Caritas Portuguesa enviou uma mensagem de solidariedade às vítimas das chuvas torrenciais que assolam o sudeste brasileiro.

Caríssimo D. Demétrio Valentini
Il.mo Presidente da Cáritas Brasileira,

A Cáritas Portuguesa está a acompanhar, com sentimentos de profunda solidariedade, a tragédia gerada pelas chuvas torrenciais e que tanto sofrimento está a gerado a milhares de famílias que habitam na Região Sudeste do Brasil.

É certo que estamos perante um fenómeno natural imprevisível, mas sabemos que as consequências dele decorrentes poderiam ser menos gravosas se a Natureza não fosse tão agredida para dela se retirar, egoisticamente, recursos para produzir riqueza que fica concentrada na posse de uma minoria em detrimento e com prejuízos irreparáveis para a maior parte dos habitantes da terra.

Que os sacrifícios impostos a milhões de seres humanos, sendo a morte um dos mais recorrentes, não sejam em vão. Que despertem consciências, não só dos governantes do mundo que já deram provas de não estarem, minimamente, interessados em fazer as cedências indispensáveis em favor do bem comum, mas de todos os cidadãos e cidadãs, pois a defesa da natureza e o aproveitamento responsável dos seus recursos é tarefa colectiva. Que o doloroso sofrimento de tantos brasileiros e brasileiras seja, para já, reparado com generosa e universal solidariedade e contribua para o incremento de maior justiça social.

A Cáritas de Portugal está disponível para ser um elo, mesmo que fraco, da corrente solidária que esperamos esteja já a surgir. Ficamos ao dispor da Cáritas Brasileira.

Pedimos-lhe, se possível, que faça chegar aos familiares dos que pereceram a garantia das nossas preces para que Deus lhes conceda a paz negada nesta vida e aos sobreviventes manifestamos o desejo de que não deixem que se fragilizem as suas forças para exigir um mundo novo em que todos tenham as mesmas oportunidades e as elas possam aceder com equidade.

Pela Cáritas Portuguesa

O Presidente da Cáritas Portuguesa
Eugénio José da Cruz Fonseca