As IPSS na superação da crise
“Crise global exige consciência global”, um alerta deixado por Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, no Porto, onde participou na 2ª Conferência Anual da Associação Mutualista dos Engenheiros. Falando sobre a importância das Instituições Particulares de Solidariedade Social na superação da crise Eugénio Fonseca partilhou a sua visão sobre os caminhos que se abrem no âmbito social a partir do momento que o país e a Europa atravessam.
“A actual crise global deve ser motivo para a recriação de uma consciência global que una os cidadãos na procura de uma melhor qualidade de vida, garantindo os seus direitos fundamentais.” Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, defendeu ontem na sua intervenção na 2ª Conferência Anual da Associação Mutualista dos Engenheiros, no Porto, que a actual crise é uma oportunidade de “redescobrir determinados valores que estarão ocultos ou disfarçados na sociedade da opulência” Eugénio Fonseca desenvolve esta sua ideia afirmando que este é o momento de “repensar o modelo de produção e de consumo que nos tem dominado.” Lembrando que o momento de crise que se vive em muitos países europeus traz consigo uma componente de risco para a organização social, tal como se conhece, o presidente da Cáritas Portuguesa alerta para a importância do espaço público como lugar “de interacção dos valores” sendo que os “valores contagiam-se mais do que se educam” e por isso importa “recuperar os valores reconhecendo-os como um património colectivo”.
Neste contexto as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) devem ser o “singular no colectivo”, ou seja, “a levedura na massa” que colabora na transformação da sociedade. Este processo de mudança deve levar todos, cidadãos e instituições, a descobrir “novos caminhos e soluções inovadoras” sem as quais não será possível encontrar uma resposta para vencer a pobreza. “Buscar o equilíbrio harmónico entre a assistência, a promoção e a utopia” é, segundo Eugénio Fonseca, o desafio que se coloca às IPSS no actual cenário social e económico.
Este processo exige um reforço dos princípios e dinamismos da Economia Social e uma “formação socioeconómica baseada na relação”, sublinha Eugénio Fonseca para quem a solução para ultrapassar a actual crise só se encontra quando “a sociedade, no seu todo, participar na definição das estratégias consideradas necessárias.”