Beja: na estrada com projeto “+ Próximo”
“Quem é o meu próximo” Com estas palavras tão simples, dirigiu-se um dia um doutor da Lei a Jesus de Nazaré. Por vezes, o próximo está ao nosso lado, mas não sabemos como, quando e em que podemos ser-lhe mais próximo. Neste tempo de grandes carências de carácter social, quando a solidariedade cristã organizada se apresenta como um valor inestimável, a Cáritas está a promover em todas as dioceses um projeto que denominou “+Próximo”. Um pouco por todo o país, equipas de animadores e formadores, integrados na actividade geral das Cáritas diocesanas, desenvolvem trabalho no sentido de consciencializar para a ação social cristã e promover a sua organização. O objetivo é muito claro: uma ação social consistente em favor daqueles que mais precisam.
Na diocese de Beja está em curso a realização do primeiro “módulo” com o objectivo de levar às comunidades o conhecimento da ação social cristã e o incentivo prático à sua organização ao nível do grupo paroquial. Em Pias, com a determinação do seu jovem pároco, realizou-se este primeiro módulo para um grupo assíduo de vinte de pessoas que manifestaram muito agrado pelo trabalho realizado: “encontro maravilhoso”, “aprendizagem muito positiva”, “nada teórico”, “motivados a continuar”, eis algumas das suas expressões avaliativas. Entretanto os pedidos das paróquias vão chegando à Cáritas diocesana. Depois da Páscoa vai realizar-se o mesmo módulo para as comunidades de Vila Nova de São Bento e Vila Verde de Ficalho enquanto outros pedidos já estão a ser calendarizados. Com esta intervenção formativa e de orientação para a organização da ação social cristã nas paróquias espera-se que o outro, aquele que precisa, nos seja cada vez “+Próximo”.
Recorde-se que este projeto se fundamenta e dá corpo à tríplice dimensão de serviço da Igreja: o anúncio da Palavra de Deus, a celebração dos sacramentos e o serviço da caridade. A encíclica “Deus caritas est”, diz que as três dimensões de serviço, “reclamam-se mutuamente”, não podem separar-se. Para a Igreja, diz a mesma encíclica, “a caridade não é uma espécie de actividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”.
O serviço da caridade revela a identidade cristã e eclesial. Isto é, a fidelidade à existência cristã, tanto do crente como da comunidade, o testemunho do Evangelho como salvação para o mundo, exigem uma abertura permanente às interpelações do amor fraterno. Por isso, a acção social da comunidade cristã é uma das dimensões fundamentais da Igreja. Em conjunto com o anúncio da Palavra e a celebração dos sacramentos, a caridade constitui uma expressão indispensável e privilegiada da presença do Senhor Ressuscitado.
O referido projecto, em execução, desenvolve-se por “módulos” que permitem às pessoas uma formação adequada aos objectivos que estão em causa e, ao mesmo tempo, favorece a organização do exercício da caridade cristã nas comunidades.