Filipinas: chegar mais longe com a ajuda de todos
“Eu não queria deixar os meus paroquianos. Mas quando o telhado da minha casa voou e todas as janelas se partiram, eu tive mesmo de sair”, relata o padre José Taz Lasola da missão Padre Pio em Roxas, na ilha de Panay, uma das áreas mais afetadas pelo violento tufão Haiyan. De pé, no mesmo local onde antigamente se erguia a Igreja de madeira e bambu, o Pe. José olha emocionado para a para uma das estátuas destruídas. Nada poderá ser recuperado do antigo edifício.
“A nossa comunidade, com 800 paroquianos, é forte e unida”, diz. “As famílias estão a empenhas na construção de abrigos no local onde eram as suas casas, com a ajuda dos voluntários que chegaram para limpar os escombros. Querem reconstruir a igreja, um lugar para a reunião e união. Mas antes de tudo, as famílias precisam de ter um teto e retomar o trabalho. “
O Pe. Mark Granflor, da ação social da Arquidiocese de Capiz, a Cáritas diocesanas, examina a extenção dos danos provocados pelo tufão.”Taclon e a ilha ilha de Leyte foram os lugares que receberam mais atenção do mundo inteiro pela comunicação social. Mas Panay não deve ser esquecida. Mas aqui as famílias também foram muito afetadas. Mais de 147 mil pessoas foram afetadas e basta olhar em redor para ver que as pessoas precisam de ajuda”, reforça o pe. Mark.
Na área costeira de Roxas e na cidade de Panay, quase todas as casas foram severamente danificadas. As crianças brincam entre os restos dos barcos de pesca, uma das atividades principais atividades da região. Como noutros lugares das filipinas, os pescadores perderam os seus barcos e as redes.
“Apesar disto nada parece perturbar o espírito das pessoas”, relata o Pe. Granflor. “Ontem eu conheci um pescador e quando lhe perguntei se ele precisava de alguma coisa, ele disse-me que não, que estava tudo bem”, conta, “tinha perdido a sua casa e o seu barco, mas um vizinho, que teve mais sorte, empresta-lhe o seu próprio barco quando termina a sua pescaria. Assim ele foi capaz de ir á pesca e trazer de volta comida para a sua família e também para vender e recomeçar a sua vida pelos seus próprios meios.”
A equipa de ação social da Arquidiocese de Capiz viajou para as áreas mais remotas para fazer uma avaliação precisa dos danos causados pelo tufão e avaliar as necessidades da população. “Ajudar a minha comunidade faz-me sentir bem. Faz-me sentir útil e faz-me esquecer daquilo que eu própria perdi. Encontramos outras pessoas a quem podemos ajudar e em situações muito mais complicadas”. Esta é a partilha de Shella, uma das muitas voluntárias que trabalha diariamente na distribuição de roupa e alimentos, entre outras ajudas que são necessárias.
“Os camiões são carregados e seguem para uma comunidade que fica por detrás da cidade de Panay. Ao longo do caminho podemos ver que os agricultores começam a trabalhar os seus campos de arroz. A agricultura é a segunda atividade, depois da pesca” explica o Pe. Mark. Este setor foi também fortemente afetado. Se os campos de arroz podem ser recuperados com alguma facilidade, levará anos para que as palmeiras e os coqueiros possam voltar a ser produtivos.
A Igreja é o ponto de encontro da população é aqui que a população vem para receber ajuda. Nesta comunidade os lideres paroquiais fizeram ma lista de 250 famílias que devem receber ajuda prioritária. Cada família tem direito a um a três quilos de arroz e água potável.
A distribuição ocorre calmamente até anoitecer. As pessoas partem com alimentos suficientes para os próximos dias. Naturalmente que também gostariam de receber ajuda para reconstruir suas casas, ou pelo menos ter folhas de plástico e cordas para fortalecer seus abrigos temporários. No dia seguinte, acontece o mesmo na comunidade de Linateran, um outro bairro da pequena cidade de Panay.
“Eu preciso de um teto para proteger a minha família”, disse Alex, um motorista de táxi que que veio receber um saco com roupas na Cáritas diocesana. Ao colo trás Prince, o filho mais novo. “Se pudéssemos reconstruir nossas casas, então nós seríamos capazes de seguir em frente. As condições são muito difíceis, e eu tenho medo que meu filho fique doente. “
Vários membros da comunidade pedem que visitemos o bairro, a fim de ver a extensão dos danos. A destruição é geral, e mesmo as casas que vemos ainda em pé sofreram danos substanciais.
Esta semana a Cáritas vai receber 13.000 folhas de plástico, que serão distribuídas nas áreas afetadas. Apesar da grande solidariedade que une as pessoas, muitas vezes, os sobreviventes só podem mesmo contar com a ajuda internacional. Esta ajuda está a ser canalizada de forma a chegar a todas as regiões que forma mais afetadas. Este tem sido o esforço do trabalho dos muitos elementos da confederação Caritas a trabalhar no local.
Saiba mais sobre a atual situação na Filipinas e o trabalho da rede internacional Cáritas: Helping typhoon victims in the Philippines
Até ao dia 2 de dezembro os donativos efetuados nesta conta de solidariedade atingiram o valor de 20.589,65 €
A todos o nosso muito obrigada!!