Cáritas na resposta aos desafios do pós programa de assistência
Está reunido desde ontem, na Diocese de Beja, o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa. A abertura dos trabalhos foi presidida por D. António Vitalino, Bispo da Diocese e membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Recordando a missão da Cáritas em Portugal, D. Vitalino desejou ao Conselho um trabalho frutífero capaz de dar sinais claros de esperança, sendo pobre com os pobres e testemunho de mudança no ambiente eclesial, social e até mesmo político.
Sublinhando a expectativa vivida com a aproximação da saída de Portugal do programa de assistência económica e financeira, Eugénio Fonseca, lembrou na sua intervenção de abertura, a urgência de a Cáritas e a Igreja assumirem como seu o desafio que se coloca atualmente: “é preciso restaurar a confiança das pessoas no futuro e no futuro de Portugal”. “É esta a hora, mais do que nenhuma outra, de levar para a frente o desafio do combate às causas da pobreza em Portugal”, dentro destas causas Eugénio Fonseca destacou, naturalmente, a o desemprego: “ajudar as pessoas a recuperarem os seus postos de trabalho ou mesmo a criarem o seu próprio emprego tem de ser para nós, que lutamos pela erradicação da pobreza, uma das mais altas prioridades”.
Sublinhando o papel intenso que tem sido desempenhado pelas Cáritas Diocesanas na resposta ao elevado número de pedidos de ajuda que se têm agravado de ano para ano nos últimos cinco anos, o presidente da Cáritas Portuguesa não deixou de sublinhar que para se poder dar continuidade ao trabalho que já está a ser feito e se poder responder aos novos desafios é necessário que, como Cáritas e como Igreja, todos estejamos unidos na missão e na partilha de objetivos. A Cáritas ganhou nos últimos anos uma visibilidade que é fruto da sua ação, transparência e empenho na assistência imediata a cada uma das pessoas que procuraram a rede nacional e, recorde-se, no ano de 2013 foram 139 mil. “A nossa missão será tão digna quanto maior for a nossa capacidade de viver em ambiente de cooperação, união e partilha de recursos e informações.”
A morte e Paixão de Cristo, que revivemos no período pascal que se aproxima, é ela própria a edificação da ação social de Igreja. Que Igreja seremos se não soubermos ser cristo que “fez-se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza”?