Cáritas deseja um Portugal com mais igualdade
Ao assinalar mais um dia de Portugal a Cáritas quer fazer a sua homenagem ao país e aos portugueses. Sublinhando as grandes potencialidades do país que se tem gasto, muitas vezes, em querelas “inúteis” e que revelam falta de visão daquilo que deveria ser a construção do Bem Comum. Uma crítica que nos envolve a todos, políticos e não políticos. Portugal é um país com gente capaz de enfrentar dificuldades e estes últimos anos foram testemunhas da sagacidade da nossa gente.
É urgente resolver o escândalo que Portugal tem dentro de si e que são as desigualdades social. Nesta Europa que deveria pugnar por uma maior coesão social e solidariedade, isto é um escândalo e não tem de ser forçosamente assim. A Cáritas entende que é necessário levar a cabo uma revisão do atual quadro tributário, que continua a penalizar aqueles que menos recursos têm e que vivem do seu trabalho. É imperiosa uma revisão daquilo que deve ser o papel do Estado em relação à sociedade, ou seja, a tão falada mas ainda tão pouco assumida em decisões claras, que é a reforma do Estado. Só depois se poderá avançar para medidas que poderão dar maior sustentabilidade ao Estado Social, que não pode deixar de existir de forma alguma sob pena de o país ter uma pobreza muito mais acentuada. É necessário rever algumas formas e estratégias de ação que deem mais solidez ao Estado para que os serviços que ele presta possam dar melhor resposta a mais pessoas. Naturalmente que, para que tudo isto possa ser possível é indispensável uma justiça também ela mais clara.
Portugal tem pela frente uma batalha complexa mas que tem de ser encarada com coragem: o desemprego. O desemprego dos jovens, que merecem atenções especialíssimas, mas será necessário que se pense, e não é só uma responsabilidade de governo, naqueles que estão hoje etiquetados como “desempregados de longa duração”, que o são durante cada vez mais tempo. Portugal tem condições para ser um país competitivo, um país que pode para dar à Europa contributos a partir daquilo que produz. Uma responsabilidade que não é apenas dos trabalhadores mas também da classe empresarial, que tem de estar à altura dos desafios.