Que ninguém desvie o seu olhar!
Os líderes da União Europeia (EU) vão estar reunidos a partir de amanhã e até sexta-feira, 26 de junho, para discutir a Agenda de Migração da UE. A Cáritas Europa, numa posição apoiada pela Cáritas Portuguesa, encoraja-os a apoiar e até mesmo melhorar a proposta da Comissão que prevê a possibilidade de reinstalar 20 mil refugiados na UE durante os próximos dois anos.
Leza fugiu da Síria com a sua família e viveu num campo de refugiados libanês durante dois anos. “Eu fui atacada por três soldados sírios. A minha filha testemunhou o ataque e ficou traumatizada por este incidente. Depois de dois anos no campo de refugiados, a nossa família foi realojada nos Estados Unidos. Desde então sentimos que podemos seguir em frente com nossas vidas”.
As tragédias de migração a que assistimos ao longo das fronteiras europeias são, em grande parte causada por políticas rigorosas e pela falta de solidariedade de migração de uma Europa que não está a ter em conta a dignidade humana dos migrantes e refugiados. Mas existem soluções disponíveis.
A Cáritas reitera o seu apelo para a criação de canais seguros e legais para que as pessoas possam chegar à Europa em segurança, tal como foi reconhecido na Agenda Europeia para a Migração; o que sugere um regime de reinstalação para 20.000 refugiados durante os próximos dois anos para os Estados membros da UE. Atendendo às reais necessidades, este é compromisso que se considera mais do que exequível. A definição de mais locais de reinstalação seria uma forma mais justa de contribuir, juntamente com a comunidade internacional, para salvar milhões de pessoas do limbo dos campos de refugiados.
“Queremos ouvir os líderes da UE dizerem: ‘sim, nós podemos” para refugiados. Sim, para salvar vidas, sim à deslocalização, sim ao reinstalamento. Porque a Europa poderia se assim o quisesse”, afirmou o secretário-geral da Cáritas Europa, Jorge Nuño Mayer. A migração não é um crime e os líderes da UE devem tomar uma posição firme sobre a solidariedade, a proteção e a dignidade humana dos refugiados e dos migrantes”.
A Cáritas Europa exorta os líderes dos Estados membros, reunidos na Cimeira, a aceitar a proposta da Comissão Europeia e comprometerem-se na implementação de um plano de dois anos para reinstalar pelo menos 20.000 refugiados. É o mínimo considerando a extensão do sofrimento dos migrantes acolhidos nos acampamentos.