Uma encruzilhada que esquece as pessoas
A Plataforma Social Europeia enviou ontem, 9 de julho, uma carta dirigida aos principais intervenientes europeus na atual crise que envolve a Grécia, apelando a que tenha em consideração, em primeiro lugar, as pessoas e o impacto desta situação nas suas vidas. “Com as escolhas certas, podem tirar a Grécia do colapso económico e social e preparar o caminho para reformas socialmente justas e de volta ao crescimento inclusivo, dentro da zona euro.” Para os responsáveis desta Plataforma, da qual a Cáritas Europa faz parte, “a situação na Grécia resulta do fracasso em colocar os direitos e o bem-estar de todas as pessoas, no centro das políticas europeias, colocando em risco a sustentabilidade a longo prazo da União.”
Segundo o grupo da Plataforma Social, o impacto dos programas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional tem levado a situação social e dos direitos humanos na Grécia a deteriorar-se drasticamente. O bem-estar de pessoas deve estar no centro de negociações. Há um argumento económico forte para alívio da dívida sustentável permitindo o investimento na proteção social, serviços sociais, educação e cuidados de saúde. A emergência social na Grécia não deve ser deixada exclusivamente nas mãos dos ministros das finanças; outros ministérios, como emprego, assuntos sociais, saúde também devem ser envolvidos.
“Lembramos que a sociedade civil tem um papel importante a desempenhar para garantir socialmente as reformas. Sendo aqueles que respondem às necessidades imediatas das pessoas mais vulneráveis, defendemos uma mudança social de longo prazo que aproveita o potencial de todos em todas as sociedades. No próximo domingo, vai ser tomada uma decisão importante sobre o futuro da Europa. Pedimos coloquem os valores comuns da União Europeia e dos direitos humanos e solidariedade como fundamento das negociações.”