Cáritas Visita o Município de São Pedro do Sul
A Cáritas Portuguesa e a Cáritas Diocesana de Viseu visitaram ontem o Município de São Pedro do Sul, onde mais de um terço do concelho ardeu na passada semana, com o objetivo de conhecer os impactos do incêndio junto das populações do Município e os estragos provocados pelas chamas.
Numa reunião na Câmara Municipal de São Pedro do Sul, o presidente Vítor Figueiredo deu a conhecer a dimensão do território destruído, bem como as principais necessidades de intervenção junto da população, sobretudo na reconstrução de algumas infraestruturas e em meios de subsistência das muitas pessoas que vivem da criação de gado e que agora perderam os seus pastos, no mínimo durante 6 meses.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, reconheceu a importância de uma “resposta rápida com articulação dos governos locais” e alertou que a questão da alimentação dos animais tem que ser apoiada urgentemente, sob pena das pessoas venderem toda a sua criação e abandonarem as suas terras, contribuindo ainda mais para a desertificação que já se verifica nestas regiões do país.
“Sem correr riscos de elaborar projetos que não sejam sólidos futuramente, é urgente começar já a reconstruir o que for mais incisivo para a subsistência das pessoas. É um dever nosso, pois já basta o sofrimento que estão a viver. Se formos capazes de ser diligentes, esse sofrimento pode ser minorado, e os portugueses que tanta ajuda têm dado poderão ficar mais cientes de que a solidariedade vale sempre a pena e com a certeza de que não se fica por impulsos de protagonismo de qualquer ordem”.
Nesta tarde, a Cáritas visitou também as duas corporações locais de bombeiros, os Bombeiros Voluntários de São Pedro do Sul e o Corpo Voluntário de Salvação Pública de São Pedro do Sul, que durante 9 dias foram incansáveis no combate às chamas, chegando a ter homens no terreno durante 47 horas seguidas.
Sensibilizado com o gesto destas corporações, que agora distribuem os bens que lhes foram doados durante o incêndio com a população mais pobre, gerando desta forma uma cadeia de solidariedade, Eugénio Fonseca deixou ainda a mensagem de que “11 milhões de portugueses a gritarem ‘obrigado’ a uma só voz, não seria suficiente para agradecer todo o trabalho dos Soldados da Paz, neste município, como em todo o país”.