Mau Tempo: Cáritas Portuguesa Alerta para a Necessidade de Uma Intervenção Rápida no Centro do País
A Cáritas Portuguesa manifesta, através da Cáritas Diocesana de Aveiro e da Cáritas Diocesana de Coimbra, a sua solidariedade para com todas as famílias que estão a sofrer danos materiais e momentos aflitivos, agravados pelo receio da incerteza de mais intempéries nas próximas horas.
Estamos perante situações naturais que temos, assim como muitos outros, a consciência de que poderiam ser menos agressivas se houvesse uma maior vontade por parte dos governantes do mundo em aplicarem, com verdadeira determinação, as decisões que têm tomado nas várias cimeiras ambientais, procurando reparar, o que for possível, os avultados prejuízos já causados, bem como evitar prosseguir com os ataques que lhe têm sido infringidos. Esta degradação é causada por razões económicas e de segurança militar desproporcionadas, com o objectivo de manter níveis de consumo que gerem lucros desmesurados e em benefício de cerca de 1/3 da humanidade, como assegurar a protecção dos países mais poderosos, com a criação de armas atómicas com capacidades destruidoras incalculáveis. Desejamos, veementemente, que sejam concretizados os compromissos assumidos pelos 195 países na última Conferência sobre as mudanças climáticas (COP21), realizada em Paris. Esta Conferência chegou a ser designada como um acontecimento “histórico” pela generalidade dos líderes mundiais. Oxalá que o seja, exigindo, por isso, maior verdade e transparência na aplicação das medidas aprovadas.
Mas o cuidado da Natureza não é apenas responsabilidade dos líderes do mundo, mas de cada um dos governos nacionais, locais e de cada cidadão e cidadã. No nosso país, há que prevenir para não se andar sempre a remediar e mal, evitando: incêndios nas nossas matas e florestas; a sujidades dos rios e ribeiros; a utilização de bens não biodegradáveis; a produção de desperdícios alimentares ou de qualquer outro tipo; a produção e/ou acumulação de lixos em lugares impróprios; o abuso de utilização de recursos naturais como a água, a electricidade e o petróleo…
A Cáritas não pode dispensar-se de integrar na sua missão fundamental o cuidado da natureza, aplicando as orientações que nos últimos anos têm sido, oportunamente, indicadas pelas instâncias competentes e pelo Magistério da Igreja, traduzidas em atitudes e acções emanadas das Assembleias Gerais da Caritas Internationalis.
As Cáritas Diocesanas de Aveiro, de Coimbra e outras onde tivessem também existido ocorrências isoladas, resultantes do recente mau tempo, a nossa disponibilidade para as apoiar na solidariedade efectiva com os agregados familiares mais empobrecidos e que não tenham acesso a qualquer forma de auxílio que deve surgir célere pelas autoridades oficiais e pelas empresas seguradoras no caso das vítimas terem contrato com alguma delas.
Deixamos às vítimas desta inclemência natural uma palavra de encorajamento para reorganizarem as suas casas, os seus locais de trabalho, o cultivo dos seus campos.
Pela Cáritas Portuguesa,
Eugénio José da Cruz Fonseca
Presidente
Foto: Lusa