Pesar pelo sofrimento do povo mexicano
A Cáritas Portuguesa quer manifestar o seu pesar pelo rasto de morte, destruição e sofrimento que acarretou o grave sismo que ocorreu ontem, sobretudo, na capital Cidade do México. Este nefasto destruidor acontecimento possa ser mais uma oportunidade para que se recue nas agressões, cada vez mais duras, ao nosso planeta, pois já bastam as evidências existentes que a continuarmos a insistir nestes abusos, a Natureza não terá complacências.
É lamentável que não se aproveite bem os recursos naturais, porque a Natureza é tão pródiga que bastaria o que ela nos disponibiliza para satisfazer as necessidades humanas. Não seria necessário abusar como está a acontecer criminosamente. A opção por uma economia que procura, sem limites, produzir riqueza desmedida para benefício de poucos ou a afirmação de poder, recorrendo a meios de ameaça bélica baseados em energias atómicas, entre outras atitudes destrutivas, são agressões que a Natureza está a demonstrar não estar disposta a admitir por muito mais tempo.
Apesar dos exigentes compromissos que a Cáritas em Portugal tem para com os portugueses vítimas dos graves incêndios florestais – outra inaceitável agressão à Natureza –ÂÂ que fustigou o nosso país, nos últimos meses, estamos disponíveis, no quadro de relação fraterna da Confederação Internacional da Cáritas, para prestarmos a ajuda que estiver ao nosso alcance para minorar tanto sofrimento,
Com esta ajuda, disponibilizamo-nos ainda para, no âmbito da rede mundial da Cáritas, reforçarmos o nosso empenho na defesa do Ambiente, cooperando em ações que conduzam ao respeito pela Natureza e sua defesa, a nível pessoal, familiar e social, bem como pensar em estratégias que obriguem as autoridades nacionais e internacionais a cumprirem os acordos estabelecidos, nomeadamente, o Acordo de Paris sob a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima – COP 21 -, firmado há dois anos.
Que mais este doloroso acontecimento nos faça tomar renovada consciência dos apelos do Papa Francisco na sua Carta Encíclica “Laudato Si” que aponta para uma “conversão ecológica” e uma “mudança de rumo”, para que o homem assuma a responsabilidade de um compromisso para o cuidado da casa comum. Um compromisso para erradicar a miséria e promover a igualdade de acesso para todos aos recursos do planeta.
Foto: LUSA