Silêncio pelos migrantes e refugiados
A Cáritas Diocesana de Beja integrou o apelo para a causa dos imigrantes e refugiados nesta região do país, através da iniciativa “círculo de silêncio” promovido no centro da cidade de Beja.
A iniciativa juntou muitos cidadãos e entidades locais, como a Santa Casa da Misericórdia, Núcleo de Beja da Rede Europeia Anti-Pobreza, Associação para Apoio à Integração dos Imigrantes e a Câmara Municipal, que, desta forma, manifestaram a sua solidariedade para com todos os que deixaram os seus países à procura de melhores condições de vida e que, nessa decisão, encontram diariamente desafios que nem sempre facilitam a sua integração.
Nesta ação de mobilização de rua, a Cáritas de Beja deu também vizibilidade à campanha internacional da Cáritas “Partilhar a Viagem” que, até ao ano de 2019, tem como principal objetivo promover a “cultura do encontro” entre migrantes, refugiados e as comunidades locais para um melhor entendimento, compreensão, empatia e solidariedade.
O “círculo de silêncio” congregou um número significativo de migrantes e refugiados que se encontram a residir na região. Para Isaurindo Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana de Beja, estas iniciativas são necessárias num momento em que o Alentejo está a registar um aumento significativo no número de imigrantes e em condições nem sempre favoráveis ao respeito pela dignidade humana. “Estamos a registar problemas ao nível da habitação, da integração das crianças, há também a dificuldade da língua mas a a situação mais grave são as máfias ligadas a empresas de serviços que fornecem trabalhadores às explorações agrícolas e que os próprios agricultores desconhecem”.
Souleymane Cissé, guineense, está em Beja há cinco anos e tem a sua situação regularizada, mas muitos dos seus compatriotass e que e participa nesta iniciativa como um gesto de solidareidade para com todos os que estão a viver em situações de grande sofrimento. “Ter documentos é como existir, ter direitos e deveres, sentimo-nos mais participativos e responsáveis”, testemunha.
Os Círculos de Silêncio nasceram em França, em 2007, numa iniciativa dos irmãos franciscanos, para denunciar situações de injustiça e dar voz aos mais frágeis. Em Beja foi a forma escolhida pela Cáritas diocesana, a 30 de maio, para se associar à Campanha “Partilhar a Viagem” e que quer chamar a atenção para os abusos e exploração de que são vítimas os migrantes e refugiados.