A Caritas Portuguesa apoia a causa do povo indígena da Raposa Serra do Sol
O Presidente da Cáritas Portuguesa recebeu a delegação Indígena da Raposa Serra do Sol, do Brasil, enviada pelo CIR – Conselho Indígena de Roraima que passou por Portugal para expor a causa dos índios da Tribo Macule, Wapixana, Taurepang, Patamona e Ingarikó que querem ver cumprido o decreto-lei homologado, em Abril de 2005, pelo Presidente Lula da Silva que reiterou a decisão do Presidente Fernando Henrique Cardoso que demarcou em área contínua a terra indígena Raposa Serra do Sol.
Só meia dúzia de arrozeiros recusaram sair, rejeitando a oferta de outras terras com benefícios fiscais. Nestes três anos têm espalhado o terror e a violência, queimando e destruindo bens dos índios e estruturas públicas. Os produtores de arroz reagiram com violência, apelando para o Supremo Tribunal Federal para que seja suspensa a operação e anulado o decreto de Lula da Silva. Se tal acontecer, pela forte pressão de interesses económicos, a vida e a cultura dos índios correm grande perigo. Ao mesmo tempo serão postas em causa outras homologações do Brasil, especialmente na selva da Amazónia.
Eugénio Fonseca demonstrou a sua solidariedade e a da Cáritas Portuguesa ao povo indígena da Raposa Serra do Sol, disponibilizando para escrever ao Presidente Lula da Silva, felicitando-o pela decisão tomada, pedindo que se mantenha firme na decisão, em boa hora, tomada. Comprometeu-se a dar conhecimento desta missiva ao Embaixador do Brasil em Portugal, à Cáritas Brasileira e à Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB). Foi ainda ponderada a possibilidade da Cáritas Portuguesa vir a apoiar alguns projectos no domínio da educação, nomeadamente, apoiar a recuperação do Escola destruída por um incêndio criminoso.
Anexo: Carta da Cáritas Portuguesa enviada ao Governo Brasileiro