O presidente da Cáritas Internacionalis interveio na Assembleia Geral da ONU
NOVA YORK, quinta-feira, 25 de Setembro – O presidente da Cáritas Internacional, cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, pediu hoje aos líderes mundiais que tomem «decisões ousadas e cumpram as promessas feitas anteriormente» para a concretização dos objectivos do Milénio em 2015.
O cardeal Maradiaga interveio na reunião de alto nível, convocada por ocasião da 63ª Assembléia Geral das Nações Unidas, que acontece nestes dias no Palácio de Cristal de Nova York, e na qual também interveio, recentemente, o observador permanente da Santa Sé, Dom Celestino Migliore.
O purpurado é um dos seis líderes da sociedade civil a quem o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, convidou para participar, no âmbito desta reunião, numa mesa-redonda sobre mudanças climáticas.
O presidente da Cáritas Internacional afirmou que houve «falta de liderança política» na hora de trabalhar para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
A causa deste fracasso não se deve, unicamente, a questões de dinheiro, de ajuda efectiva ou de comércio justo, explicou o cardeal, mas sim de confiança, já que é necessário «imaginar um mundo que não esteja dividido em primeiro e terceiro». «Precisamos de imaginar um mundo no qual a morte inútil de cerca de 10 milhões de crianças por ano seja uma abominação intolerável», acrescentou.
Em relação às mudanças climáticas, Óscar Maradiaga explicou que as mesmas estão a afectar negativamente o progresso dos países em vias de desenvolvimento, tendo pedido às nações industrializadas que reduzam, com urgência, as emissões de gazes com efeito de estufa.
«Estamos a ser testemunhas da criação de um mundo no qual a avareza de alguns está a deixar a maioria à margem da história», afirmou. O cardeal hondurenho descreveu como esta avareza causou danos no seu país, onde as companhias mineiras exploraram exaustivamente a terra, deixando-a contaminada.
Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal Rodríguez Maradiaga fez votos para que «sejam dados passos concretos para reduzir a pobreza em 2015», acrescentando que é necessário «que as Nações Unidas assumam que sem desenvolvimento não será possível cumprir os Objectivos do Milénio». «É imprescindível destinar maiores recursos para o desenvolvimento» e, ao mesmo tempo, os países em vias de desenvolvimento precisam de se empenhar mais na luta contra a corrupção».
Neste sentido, o cadeal acrescentou que a missão da Igreja «é a de continuar a consciencializar os povos, através da sua doutrina social – tal como disse Paulo VI na Populorum Progressio, o desenvolvimento é o novo nome da paz, sem desenvolvimento não será possível conseguir a paz no mundo».
Fonte: Agência Zenit