Repensar o conceito de envelhecimento activo
O dia dos avós foi uma feliz coincidência para a apresentação deste trabalho que reflecte as preocupações do Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Encontro de Gerações. Maria do Rosário Carneiro encabeça uma equipa de trabalho composta por 6 pessoas que, provocadas pela Caritas Portuguesa, reflectiram uma proposta que quer “dar frutos para os anos que se seguem sem se esgotar no assinalar do Ano Europeu”, Eugénio Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa, apresentava assim, em Fátima, a alguns responsáveis diocesanos os objectivos desta equipa nacional do seu trabalho.
Trata-se de um projecto piloto que foi apresentado a algumas Caritas Diocesanas as quais completam alguns dos requisitos que se consideram ser necessários para a sua aplicação e, naturalmente, para o seu sucesso.
Numa fase ainda exploratória Maria do Rosário Carneiro explicou aos participantes os objectivos deste projecto que deverá ser aplicado em duas vertentes: local e nacional. Como preocupação central está o conceito de “envelhecimento activo” que consideram estar ainda “não diagnosticado”, ou seja, “um processo onde todos estamos envolvidos embora não estejamos ainda conscientes do que é”. Para Maria do Rosário Carneiro “não se trata de pensar nos muito velhos, que são dependentes, mas de nos concentrarmos nos que estão activos não por estarem no mercado de trabalho mas por serem capazes de ter uma vida activa”.
É uma proposta que implica também uma formação transversal que venha a promover uma mudança de olhar afastada de uma tendência ainda actual que “infantiliza” os idosos propondo actividades que utilizam como recurso o potencial de saberes adquiridos por parte dos mais velhos: “as aprendizagens são vitais para o crescimento sadio de quem é hoje jovem” avança a equipa de trabalho.
Uma “bolsa de necessidades, capacidades e desejos”, será o resultado de um inquérito aplicado às comunidades paroquiais para que toda a acção que venha a ser realizada vá ao encontro das necessidades e das potencialidades da população. Está é uma preocupação subjacente todos este projecto, o “envelhecimento tem a ver com as pessoas tudo o que nós fizermos tem de ser pensado com as pessoas”, explicou Maria do Rosário Carneiro acrescentando ainda que esta bolsa poderá mesmo ser mesmo “um capital para potenciar unidades de trabalho produtivas”.
A nível nacional será pensada a criação de uma plataforma online com conteúdos próprios centrado na divulgação de boas práticas e na criação de uma bolsa de ideias onde se poderão ajustar procura e oferta, a nível nacional, europeu e internacional.