Bento XVI apela ao perdão da dívida dos países pobres
Bento XVI considera que a eliminação da pobreza constitui “uma das tarefas mais importantes do nosso tempo”. O Papa escreveu à Chanceler da Alemanha, Angela Merkel, por ocasião da presidência alemã da UE e da próxima cimeira do G8, que irá decorrer neste país.
Nesta carta, pede “condições comerciais favoráveis” para os países pobres, incluindo “um acesso amplo e sem reservas ao mercado”, bem como o perdão “completo e incondicional” da dívida externa. Esta medida, acrescenta, deve ser acompanhada de outras que assegurem que os países pobres não acabem, novamente, “em situações de dívida insustentável”.
A missiva foi hoje divulgada pela Santa Sé, juntamente com a resposta de Merkel, com datas de 16 de Dezembro de 2006 e 2 de Fevereiro de 2007, respectivamente.
Para Bento XVI, é fundamental que não se perca de vista o problema da pobreza e se coloque o continente africano “no centro das negociações políticas internacionais”. Neste contexto, tanto a UE como o G8 devem “desempenhar um papel chave”. “Pessoas de diferentes religiões e culturas de todo o mundo estão convencidas de que o objectivo de eliminar a pobreza até 2015 é um dos mais importantes do nosso tempo”, refere o Papa.
Permitir que os países mais pobres se desenvolvam de uma foram cada vez mais interligada com os países ricos, no processo da globalização, é para Bento XVI “um dever moral, grave e incondicional, baseado sobre a pertença comum à família humana”.
A carta apela aos países ricos para que assumam os seus compromissos no âmbito da ajuda ao desenvolvimento, pedindo um maior investimento “no campo da pesquisa e do desenvolvimento de fármacos para o tratamento da Sida, da tuberculose, da malária e de outras doenças tropicais”. Assim, convida a “enfrentar a urgente tarefa científica de criar uma vacina contra a malária”. Entre os outros pedidos do Papa à comunidade internacional estão uma redução significativa do comércio de armas, um combate ao “tráfico ilegal de matérias-primas” e da fuga de capitais dos países pobres, bem como da “lavagem de dinheiro”.
Angela Merkel respondeu com um agradecimento pelo apoio do Papa aos esforços alemães nesta matéria. Esta responsável assegurou a sua disposição de levar por diante o diálogo com os países “emergentes” a respeito das soluções para “os problemas globais”.
Fonte: Agência Ecclesia