Dar voz aos pobres para erradicar a pobreza
A Comissão Nacional Justiça e Paz promove a realização, a 8 de Novembro de 2008, no Centro Cultural Franciscano, uma audição pública com o lema «Dar voz aos pobres para erradicar a pobreza».
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a CNJP manifesta a sua “convicção de que, nas actuais condições de desenvolvimento económico e tecnológico, é intolerável, do ponto de vista ético e critério de vida democrática, que em Portugal se verifique a persistência de elevado número de pessoas em situações de pobreza”.
“Esta situação não é uma fatalidade e é consequência de uma grave disfunção económica e social”, sublinha o comunicado.
A CNJP lembra que a erradicação da pobreza “é tarefa que diz respeito a todos” e por isso, a comissão, “pretende contribuir para fomentar uma cultura de maior aversão às desigualdades, maior solidariedade social e maior apreço pela coesão social”.
Na sequência de uma Petição lançada pela CNJP, a Assembleia da República, por Resolução de 3 de Julho último aprovada por unanimidade, reconheceu que a pobreza conduz à violação dos direitos humanos. “Este reconhecimento deveria levar à vontade política e à implementação de mecanismos institucionais que façam valer o direito de não ser pobre”, lembra a CNJP. No entanto, “as medidas de política social dirigidas à população mais vulnerável à pobreza têm revelado uma eficiência aquém do que seria desejável, quando comparadas com situações equivalentes em outros países da União Europeia”.
A CNJP lembra que a erradicação da pobreza beneficia a sociedade no seu todo, que ganha em aproveitamento de recursos humanos potenciais, em coesão social, em segurança e em qualidade de vida.
Com a consciência destas realidades, a CNJP pretende que esta audição “sirva para que a pobreza seja conhecida para além da frieza dos números, se desfaçam ideias simplistas e preconceitos a seu respeito e que seja reconhecido aos pobres o direito de fazerem ouvir a sua voz, assumindo o seu papel de actor social
“Pretende-se abrir caminho para que as intervenções dos poderes públicos para a erradicação da pobreza não passem ao lado de componentes como: o emprego, os níveis de remuneração e de qualificação dos recursos humanos, o acesso à saúde, à educação, à habitação, à participação; a política macroeconómica e a repartição dos rendimentos”.
Fonte: Agência Ecclesia