"Os fundos dos países do G20, para os países em vias de desenvolvimento, continuam condicionados à boa governação dos países destinatários, sendo esta avaliada, primeiramente, pelo Banco Mundial e pelo FMI, os quais foram responsáveis pela promoção de um estilo de economia liberal a qual tem levado a perdas de postos de trabalho e cortes dramáticos nos serviços públicos. Por esta razão, a Cáritas pede que o Banco Mundial e o FMI tenham uma maior representação democrática.

 

"Não foram muito encorajadores os primeiros passos no sentido da eliminação do sigilo bancário e da publicação de listas de paraísos fiscais. A lista publicada pela OCDE era, em grande parte, uma adaptação das listas anteriormente publicadas. Como resultado, não incluía os países representados no G20. Para além de uma lista, a aplicação de sanções faria toda a diferença para acabar com os paraísos fiscais.

 

"Não foi aprovada regulamentação para reforçar a transparência dos pagamentos e impostos pagos pelas empresas aos governos. O papel negativo das empresas multinacionais presentes em países em vias de desenvolvimento foi subestimado e a responsabilidade dessas mesmas empresas foi ignorado.

 

"Nesta cimeira não foram dados passos decisivos em matéria de alterações climáticas e na construção de uma nova economia, baseada nas baixas emissões de carbono. A cimeira do G20 preferiu esperar pelos resultados das negociações que irão decorrer no quadro da preparação da conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas, a realizar em Dezembro próximo, na cidade de Copenhaga.

 

"Sobre o impacto que a crise económica mundial irá ter sobre o desenvolvimento, os países presentes na Cimeira do G20, remeteram esta análise para a próxima Conferência das Nações Unidas, em Junho, apelando à ONU, como sendo o forum mais legítimo para a concepção de soluções para as crises mundiais, para desempenhar o papel que lhe compete no controle da crise e dos seus impactos junto dos mais pobres e mais vulneráveis.