Cáritas tenta globalizar a solidariedade em Davos e em Belém do Pará – Fóruns mundiais para o desenvolvimento
Como demonstração do seu compromisso a favor do desenvolvimento e da ajuda, a rede internacional Cáritas está a participar, tanto na reunião político-empresarial mundial, o Fórum Económico Mundial de Davos, bem como no alternativo Fórum Social Mundial.
Davos, localidade suíça, junta, de 28 de Janeiro a 1 de Fevereiro, cerca de 40 chefes de Estado, 15 ministros das Finanças, cerca de 20 dirigentes de bancos centrais e dezenas de dirigentes empresariais, assim como algumas ONGs – no total de, aproximadamente, 2.500 participantes – para tentarem encontrar solução para a crise financeira mundial.
Por seu lado, Belém do Pará, no Brasil, é a sede do Fórum Social Mundial, que reúne desde 26 de Janeiro cerca de 120 mil pessoas que procuram soluções opostas ao capitalismo ou à globalização. Esta edição, que se realiza na Amazónia, centraliza os debates no tema da ecologia.
Enquanto na reunião de Davos participará a secretária-geral da Cáritas Internacional, Leslie-Anne Knight, que participará num painel de debate sobre valores, visão e liderança, nas sessões do Fórum Social Mundial intervirão pelo menos 150 representantes de Cáritas nacionais de 14 países de todo o mundo.
«É inaceitável que em 2009 exista tanto sofrimento no mundo por causa da pobreza», declarou a secretária-geral de Cáritas Internacional na reunião anual de Davos, para quem «a comunidade internacional deve fazer um esforço muito maior para acabar com este escândalo».
A actual crise económica global – disse Leslie-Anne Knight – irá dominar os debates em Davos, pelo que nos vamo assegurar que questões como a pobreza e as grandes crises humanitárias, que enfrentamos actualmente, não desaparecerão totalmente da agenda da reunião.»
Knight não escondeu «o seu receio de que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, e os compromissos contra a pobreza assumidos pelas Nações Unidas, definidos para 2015, sejam esquecidos nesta fase de recessão». Por esta razão, afirmou que «acabar com a pobreza global não é luxo, mas uma obrigação»
«A Cáritas quer estar presente em Davos – acrescentou – porque, para mudar o sistema global que faz com que as pessoas continuem sendo pobres, é necessário estar perto dos líderes políticos, muitos dos quais irão estar presentes no Fórum Económico Mundial.»
Por seu lado, Cristina dos Anjos, directora nacional da Cáritas Brasil, explicou que «para a nossa organização, o Fórum Social Mundial de Belém é uma oportunidade para globalizar a solidariedade, algo crucial na construção de um mundo diferente».
Os representantes da Cáritas liderarão vários dos grupos de trabalho programados para esta edição do Fórum Social, dedicados a questões que vão do tráfico de pessoas ou o processo de paz na Colômbia até à produção de gás e petróleo no delta da Nigéria.
Fonte: Agência Zenit