Conclusões do Encontro Nacional de Assistentes Religiosos das Cáritas Diocesanas
Realizou-se na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, em Fátima, no passado dia 4 de Junho o Encontro Nacional de Assistentes Religiosos das Caritas Diocesanas.
O Encontro foi presidido por Sua Ex.cia Rev.ma o Senhor D. Carlos Alberto Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social. Estiveram presentes: o Presidente da Cáritas diocesana do Algarve e o Presidente e Tesoureiro da Cáritas Nacional Portuguesa, o Delegado Episcopal da Caritas diocesana de Salamanca e os Assistentes espirituais das seguintes Dioceses: Algarve, Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Lisboa, Santarém, Vila Real, Viseu.
Como resultado da reflexão realizada sobre os temas propostos: “Acção social e Caritativa a nível paroquial – uma leitura da realidade actual”; “Organização da caridade: a missão das caritas diocesanas e das paróquias”; “A missão do Assistente Religioso da Caritas na animação da pastoral social”, os Assistentes diocesanos das Cáritas, sublinharam as seguintes Conclusões:
1ª É urgente situar e promover a acção social, a verdade da Caridade, como dinamismo Evangelizador da Identidade da Igreja perante o evidente “esfarelamento da caridade do núcleo profético-litúrgico”. A realidade da pastoral social deve ser acolhida como sector ou dimensão pastoral geral da Igreja que decorre como consequência do dinamismo profético e da liturgia, e que estabelece a fraternidade e a justiça entre todos os homens, com opção preferencial pelos pobres;
2ª O agente pastoral social primeiro é a Igreja enquanto Corpo místico de Cristo, explicitada em cada Comunidade cristã paroquial e diocesana, constituída por cristãos e famílias, Instituições e obras. Não existe verdadeira Comunidade cristã sem o exercício da caridade, o testemunho do amor. A acção particular de cada cristão ou Instituição a este nível há-de ser sempre subordinada à verdade da Comunidade. É sempre em nome da Igreja que se evangeliza, se presta o culto “em espírito e verdade” a Deus e se exerce a caridade;
3ª Cada Comunidade cristã dinamizada pela Caridade, dom do Espírito do Ressuscitado, não deve descurar o serviço do amor, aprendido na escuta da vontade de Deus e na Oração; deve organizar-se e estruturar-se internamente, cuidar para que a partilha de bens diminua as necessidades dos seus pobres e assim se promova a dignidade de cada pessoa humana e os seus direitos fundamentais;
4ª Sentiu-se a necessidade pastoral de cada Diocese poder ter por mandato do Bispo, primeiro responsável e animador da pastoral social, o “Delegado Episcopal” para o sector da Caridade. A sua missão consistiria fundamentalmente em ser artesão da unidade, construtor da comunhão, educador da fé e da doutrina e promotor da animação e orientação teológica, espiritual e pastoral;
5ª Cada Assistente Religioso deve estar sempre ao serviço da comunhão eclesial. Julgou-se oportuno aproveitar o próximo Ano Sacerdotal como momento profético para se reflectir e aprofundar a verdade do ministério sacerdotal e a sua relação com a Pastoral social, o dinamismo evangelizador da Caridade;
6ª A Caridade como os outros dinamismos evangelizadores da Identidade da Igreja e da sua missão no mundo, precisa de lúcida e estruturada Organização, Coordenação e Avaliação permanentes;
7ª A acção social da Igreja tem como missão primeira e própria a formação das consciências, tanto dos pastores como dos leigos na procura da justiça e do amor por todos os irmãos. Neste sentido devemos continuar a acreditar e a promover a Formação constante.
Padre Carlos Aquino
Assistente Religioso da Cáritas Diocesana do Algarve