Delegação da Cáritas Portuguesa visita Cáritas do Perú
Uma delegação da Cáritas Portuguesa, constituída pelo seu Presidente e pelo Secretário-geral da Cáritas Diocesana da Guarda, visitou, entre 1 e 9 de Abril, a Cáritas do Perú.
O objectivo principal desta deslocação foi o de visitar as dioceses de Cañete, Ica e Huancavelica, particularmente as zonas afectadas pelo sismo, ocorrido no dia 15 de Agosto de 2007, e de avaliar a execução das acções financiadas pela Cáritas de Portugal.
Foi constatado que os 10.000,00€ enviados no início do programa de emergência foram aplicados na Província de Pisco para apoio a pessoas desalojadas, tendo sido abrangidas 350 famílias.
Na fase da reconstrução foram aplicados 60.000,00 €, tendo 35.000,00 € para financiar a reconstrução de uma escola em El Carmen, destinado a crianças entre os 3 e os 5, em cooperação com a Cáritas de Udine (Itália). A restante verba foi aplicada na construção de 6 casas.
Esta visita foi também uma oportunidade de testemunhar como uma tragédia se pode revelar um manancial de possibilidades. Para a Cáritas peruana foram, entre outras, as seguintes:
– Preparar e ajudar a construir com maior segurança novos projectos de vida, assentes na reedificação de infraestruturas básicas (casas, colégios, centros de saúde, igrejas…), na requalificação do ensino, na assunção de hábitos de vida mais saudáveis, no apoio ao desenvolvimento de iniciativas de ordem económica e produtiva;
– Enfrentar com determinação as exigências de maior capacitação da Cáritas do Perú, em particular das Cáritas diocesanas das zonas mais afectadas, para tratar com competência, humana e técnica, as situações emergentes da envergadura das que decorreram de um terramoto tão agressivo como foi o que vos atingiu. Esta capacitação está patente na forma como as vossas equipas se relacionam com as populações afectadas, na quantidade e qualidade das acções já desenvolvidas e em curso, na visão realista e promocional que têm dos caminhos a percorrer;
– Reforçar o sentido de comunidade, tanto a nível humano como eclesial, expresso na solidariedade entre familiares e vizinhos em ordem à reconstrução das casas, na criação dos comités de apoio às populações afectadas, no envolvimento das famílias na gestão e manutenção das escolas;
– Unir esforços nacionais e internacionais para que fosse e continue a ser profícua a partilha de bens, sem a qual não seria possível atenuar tanto sofrimento, ajudar a suprir tantas necessidades básicas e a reedificar tanta destruição.
Esta deslocação ficou ainda marcada pelo início de uma nova etapa de cooperação que, para já, se concretizará na partilhas de competências adquiridas nas áreas das respostas a dar em situações de calamidades e emergências, da divulgação dos produtos alimentares e artesanais, através do comércio justo e da sensibilização da população portuguesa para o investimento no turismo solidário.
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