Chegou ao fim a campanha Zero Poverty
A Cáritas Portuguesa participou, nos dias 8 e 9 de Dezembro, em Bruxelas, na sessão de encerramento da campanha da Cáritas Europa Zero Poverty (em Portugal, Acabar com a Pobreza Já!). O objectivo foi o de conhecer os principais resultados da iniciativa que pretendeu assinalar o Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social.
O Pe. Erny Gillen, Presidente da Cáritas Europa, mencionou que a campanha Zero Poverty, a primeira que abrangeu todos os 44 países que compõem a região europeia da Cáritas, mostrou a abrangência, o dinamismo e a vitalidade da rede. As 15 Cáritas nacionais presentes destacaram como muito positiva esta experiência que permitiu, durante um ano, mostrar o que Cáritas faz no combate à pobreza e exclusão social, mas também o que a Cáritas pretende da União Europeia e dos países. Em tempos de grande adversidade, como os que vivemos, os valores fundamentais da solidariedade e da justiça social devem prevalecer enquanto marca colectiva do nosso continente.
O Secretário-Geral da Cáritas Europa, Jorge Nuño Mayer, referiu aos participantes que “temos connosco mais de 130.000 assinaturas que representam pessoas que, como a Cáritas, querem uma Europa sem pobreza infantil, com condições de trabalho dignas, com níveis decentes de protecção e inclusão social. Uma Europa com desenvolvimento sustentável e com menos pobreza não só no nosso continente mas em todo o mundo”. Estas assinaturas serão entregues na próxima semana, nos dias 16 e 17 de Dezembro, às entidades europeias durante a conferência de encerramento do Ano Europeu.
A sessão de encerramento decorreu através de um debate, subordinado ao tema: “Como podemos continuar o combate à pobreza com as recentes reformas económica e medidas de austeridade”, moderado por Fabien Zouleeg, do Centro Europeu de Política.
Philippe Courard (Secretário de Estado para a integração social e combate à pobreza, em nome da Presidência Belga da União Europeia) considerou este ano europeu como um ponto de viragem, em termos de consciencialização colectiva nesta matéria, e congratulou a rede Cáritas pelo trabalho desenvolvido nas três prioridades assumidas pela presidência belga: a pobreza infantil, os sem-abrigo e o rendimento mínimo.
Arnoldas Abramavicius (Presidente da Comissão de Assuntos Económicos e Sociais do Comité de Regiões) sublinhou a crescente importância das regiões, e de outros agentes sociais, como actores fundamentais de inclusão social e revelou a proposta de “contractos territoriais” que o Comité das Regiões vai discutir no âmbito da Plataforma europeia de combate à pobreza. Mencionou, ainda, o bom trabalho de colaboração que tem tido com a Cáritas uma vez que é autarca da cidade de Zarasai (Lituânia).
Antonia Carparelli (da Direcção-Geral de Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades, da Comissão Europeia) considerou que o principal legado deste ano europeu é a iniciativa emblemática da Plataforma europeia contra a pobreza e a definição da meta de redução do actual número de pessoas em situação de pobreza em 20 milhões, até 2020. Terminou dizendo “as pessoas e as organizações empenharam-se profundamente para que o objectivo fundamental de sensibilização fosse alcançado. Além das 700 iniciativas oficiais sabemos que se realizaram muitas mais, não só ao nível nacional como regional e local. Muitas delas através da campanha Zero Poverty levada a cabo pela Cáritas Europa”.
O Secretário-Geral da Cáritas Europa terminou a sessão dizendo “Para a Cáritas, o fundamental são as pessoas. As pessoas sem voz e sem poder. Queremos fazer a diferença para as que enfrentam situações de exclusão e injustiça. O próximo ano será dedicado ao voluntariado e deve lembrar-nos que a sociedade não pode ser medida exclusivamente com o PIB. Precisamos de valores para ter uma sociedade mais justa e pessoas comprometidas com a sua comunidade”.