Haiti, um mês depois
1. Ajuda alimentar e distribuição de outros artigos
A Cáritas já providenciou alimentação a mais de 200 000 pessoas e distribuiu bens não perecíveis a mais de 25 000. A ajuda tem sido disponibilizada em vários locais de Port-au-Prince e noutras localidades afectadas, como Jacmel e Léogâne. Além do trabalho desenvolvido nos campos de desalojados, a Cáritas mobilizou 32 comunidades paroquiais e, desta forma, está a alargar a rede de distribuição, o que permite chegar a mais pessoas.
2. Saúde
Os voluntários, médicos e enfermeiros do hospital S. Francisco de Sales têm prestado cuidados de saúde, distribuído medicamentos, alimentos e água. Através do programa de emergência, foi possível adquirir novos equipamentos e apetrechar três salas de operações – que realizam uma média de 12 intervenções cirúrgicas por dia. Foi ainda reparado o laboratório de Raio X e criado um banco de sangue. Este hospital, que já pertencia à rede da Cáritas do Haiti, ruiu parcialmente com o sismo e tem sido uma referência nos cuidados de saúde.
As duas clínicas de Léogâne já atenderam 3250 pacientes, distribuíram pastilhas de purificação de água a 400 famílias e realizaram 12 acções de formação na área da saúde. Nas clínicas de Petit Goaive e La Renaissance foram atendidos 2772 pacientes.
Ainda neste sector, está em curso uma campanha de sensibilização através de folhetos e rádios locais.
3. Saneamento
Estão a ser construídas latrinas em 3 locais: Accra, Bureau de Mines e no Hospital S. Francisco de Sales. A situação dos campos informais de desalojados poderá gerar um grave problema de saúde pública. Neste sentido, estão a ser estudados sistemas de saneamento à volta dos campos, de forma a deslocar as pessoas para zonas mais organizadas e seguras. A experiência já está em curso no campo de Champs de Mars, perto do palácio presidencial, onde permanecem 30.000 pessoas.
4. Abrigo temporário
Os colaboradores da Cáritas continuam a preparar kit’s de alojamento temporário (plásticos, madeiras, cordas, esteiras, cobertores, fogões) que serão distribuídos a 35.000 residentes do campo de Pétionville Club. Com a chegada de mais materiais foi possível reforçar a oferta, mas aumentam as preocupações, com o aproximar da época dos furacões que, anualmente, atinge o Haiti.
5. Protecção às crianças
Antes do sismo, a Cáritas do Haiti apoiava 9565 crianças, através dos seus 101 orfanatos e centros para crianças Depois do desastre, houve um acrescimo de atenção para com este grupo vulnerável. Neste momento, as necessidades mais prementes são: água, alimentação, reabilitação de dormitórios e de edifícios escolares. A Cáritas do Haiti está a fazer uma avaliação cuidada de forma a prevenir riscos e assegurar a protecção das crianças.
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Mais de 350 000 haitianos deixaram a capital à procura abrigo e assistência em regiões menos afectadas ou na vizinha República Dominicana. O governo Haitiano já tinha avançado que, imediatamente a seguir à catástrofe, 260 000 pessoas abandonaram Port-au-Prince, a capital. Para auxiliar os muitos haitianos que estão a ser repatriados da República Dominicana, foi montado um acampamento em Fond Parisien, zona próxima da fronteira.
Os Países do G7 anunciaram que vão cancelar a dívida bilateral que têm com o Haiti, avaliada em 1,2 biliões de dólares. Várias ONG, incluindo a Cáritas Internationalis, têm pressionado a comunidade internacional a ajudar o Haiti a recuperar do terrível sismo de 12 de Janeiro. A Cáritas congratula o G7 pela medida.