Cáritas do Funchal agraciada com a Ordem de Mérito no 10 Junho
O responsável pela Cáritas do Funchal, instituição que vai ser declarada Membro Honorário da Ordem de Mérito, considera que o reconhecimento do presidente da República deve ser aceite com “grande humildade e sentido de responsabilidade”.
“As distinções colocam as entidades que as recebem como um exemplo”, afirmou hoje José Manuel Barbeito à Agência ECCLESIA,
A propósito da condecoração decidida por Cavaco Silva no âmbito das comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O presidente da Caritas madeirense salienta que a insígnia, a impor esta sexta-feira no Funchal, reconhece o trabalho desenvolvido pelos voluntários, colaboradores e todos os organismos que têm acompanhado a instituição.
A comenda, recebida com “surpresa”, enaltece a acção deste organismo de apoio social da Igreja Católica na sequência do temporal de 20 de Fevereiro de 2010, além dos serviços que tem prestado à região, explicou o responsável.
A situação social no arquipélago ultrapassou a “pobreza tradicional”, constituída igualmente pela monoparentalidade e fragilidade dos idosos, atingindo agora a classe média devido ao “agravamento do desemprego”, referiu José Manuel Barbeito, adiantando que a Caritas beneficia cerca de 400 famílias.
O trabalho dos membros da direcção – voluntários – e dos cinco profissionais que integram o quadro da instituição não se resume ao assistencialismo: “É necessário e obrigatório um trabalho de acompanhamento aos utentes, para que ganhem capacidade de saírem da sua situação”, frisa José Barbeito.
As carências económicas estão a tornar-se um problema “geracional”, explica: “Há uma mentalidade que diz ‘somos pobres e à pobreza nos resignamos’, pelo que é preciso trabalhar esta forma de pensar”, refere o presidente da Caritas, entidade que conta com o apoio de psicólogo e assistente social.
Para José Barbeito, o reconhecimento de Cavaco Silva “não tem a ver com a denúncia de situações de pobreza mas com o apoio prestado às pessoas carenciadas”, objetivo que tem contado com a “colaboração entre o Governo e as instituições particulares de solidariedade, de forma a evitar casos de duplicação de apoio”.
A Caritas local, que estende a sua rede às paróquias da diocese, conta com 50 a 60 voluntários permanentes, número que se multiplica por 10 aquando das duas campanhas anuais a favor do Banco Alimentar.
Uma das prioridades da Caritas do Funchal, segundo o seu presidente, consiste em motivar a participação da sociedade, especialmente as faixas etárias mais baixas, nas acções sócio-caritativas.
“Estamos a criar vários projectos para celebrar o Ano Europeu do Voluntariado, implicando escolas”, disse.
Depois de traduzir o “reconhecimento do papel da Igreja junto dos mais necessitados”, a insígnia implica o compromisso de “contribuir cada vez mais para uma vida melhor de todos os que recorrem à Caritas”, assinalou José Manuel Barbeito.
Na cerimónia de imposição das condecorações, que decorre às 11h00 no Palácio de São Lourenço, o Representante da República, Ireneu Barreto vai também agraciar Maria Margarida São Gil Rodrigues Nascimento, António Nunes de Nóbrega e a delegação da Madeira da Cruz Vermelha Portuguesa.
Fonte: Agência Ecclesia