Um ano de Fundo Social Solidário
Foi anunciada, há um ano, a criação do Fundo Social Solidário, iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, através da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
O Fundo tinha como objectivo mais visível a prestação de ajudas de emergência a situações sociais de maior gravidade; previa-se que fosse prestada especial atenção às pessoas mais atingidas pela crise actual, devido ao desemprego ou a outras contingências. No entanto, a consciência de que os recursos financeiros previsíveis seriam notoriamente escassos, foi entendido que a actividade do Fundo se deveria caracterizar, fortemente, pelo «aprofundamento e actualização da acção social da Igreja».
Os montantes recebidos, até esta data, elevam-se a 742.119,95 €, e as verbas despendidas a 323.342,73 €, verificando-se um saldo de 418.777,22 €.Tais verbas destinaram-se, fundamentalmente, à atenuação de necessidades básicas, tais como:
Tipo de caso | Frequência | Percentagem do total |
Rendas | 480 | 34,68% |
Outros |
442 | 31,94% |
Luz |
182 | 13,15% |
Medicamentos |
146 | 10,55% |
Água |
114 | 8,24% |
Criação Emprego | 20 | 1,45% |
Total |
1.384 |
O número de pessoas (3.159) e famílias (1.384) abrangidas é muito reduzido. Mesmo assim, permite extrair três conclusões para a acção social recomendável no futuro:
1ª., Só a cooperação de todas as entidades públicas e privadas com responsabilidades sociais poderá abranger as situações de maior gravidade; e, mesmo assim, é improvável que esse esforço conjunto seja suficiente para respostas minimamente satisfatórias;
2ª., Torna-se indispensável um dinamismo solidário nacional permanente a partir da base local – freguesia – até aos centros de decisão política, e vice-versa; deste modo, se poderá tomar consciência gradual da totalidade dos problemas, bem como das insuficiências de solução, e adoptar as medidas, mais provisórias ou definitivas, que sejam possíveis;
3ª. É indispensável que, entretanto, vão sendo adoptadas, em parceria, iniciativas diversas que, mesmo sem serem muito dispendiosas, actuem nas causas dos problemas; referimos, a título exemplificativo, as iniciativas de desenvolvimento local participado, a prospecção de mercados, para o conhecimento de oportunidades de investimento gerador de emprego, e a cooperação pública e privada no escoamento de produções resultantes desses investimentos.
Para melhor clarificação das orientações recomendáveis, será levada a efeito uma «assembleia social», ainda este ano, onde, segundo se espera, estarão representadas todas as dioceses e as instituições e grupos eclesiais que actuam no domínio social.
O funcionamento do Fundo Social Solidário vem sendo assegurado por equipas diocesanas e pela equipa nacional. As equipas diocesanas são formadas por representantes das Cáritas Diocesanas e dos Conselhos Centrais da Sociedade de S. Vicente de Paulo (também de âmbito diocesano). A equipa nacional é formada pelos presidentes da Cáritas Portuguesa e da Sociedade de S. Vicente de Paulo e por representantes da Comissão Nacional «Justiça e Paz» e da Comissão «Justiça e Paz» dos Religiosos.
A nossa gratidão a todos e dotas que deram o seu generoso contributo e os votos de que, todos os que beneficiaram deste Fundo, tenham encontrado novo alento para a superação das dificuldades vividas.
A quem quiser contribuir para a manutenção do FSS, lembramos que poderá fazê-lo:
1.- Por depósito na conta do Fundo Social Solidário, número 109 004 0150 (junto do banco Millenium BCP), NIB 0033 0000 0109 0040 15012;
2.- Nas caixas Multibanco: Entidade: 22 222, Referência: 222 222 222
3.- Enviando o donativo para a Sede da Cáritas Portuguesa: Praça Pasteur, n.° 11 – 2.° esq., 1000 – 238 Lisboa.
Pela Equipa Nacional
O Presidente da Cáritas Portuguesa
Eugénio José da Cruz Fonseca