Cáritas presente na Cimeira Rio+20
Todos com fome de justiça, equidade, sustentabilidade ecológica e co-responsabilidade! A Cáritas Internationalis e com ela toda a rede Cáritas acompanham a Cimeira das nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Em documento publicado hoje são apresentados cinco elementos/dimensões fundamentais para se estabelecer um caminho de mudança no qual se espera que a Cimeira Rio +20 seja um marco.
1) UM FUTURO SEM FOME
Apelamos aos líderes para que tornem a luta contra a fome uma prioridade e garantam o direito à alimentação. A alimentação é a base para desenvolver as nossas capacidades e talentos. Se, como está expresso no documento zero, 1/6 da população mundial é subnutrida (75% deles são pequenos agricultores), então estes não podem contribuir plenamente para o bem-estar das suas comunidades e das suas famílias. Desperdiçar recursos importantes essenciais para a saúde do nosso planeta.
2) UM FUTURO COM VISÃO
Apelamos aos líderes para que mantenham a visão dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e os seus compromissos na sua implementação. Os ODM representam um roteiro para o desenvolvimento sustentável e para um mundo mais justo. É essencial que, dentro de um novo quadro, estes objectivos incluam não só os compromissos assumidos pelos países desenvolvidos como também a promoção de um modelo de desenvolvimento a favor do bem-estar de toda a humanidade, do primado da justiça, da equidade, da sustentabilidade ecológica e responsabilidade.
3) UM FUTURO NO QUAL CUIDAMOS DA NOSSA CASA: A CRIAÇÃO
Apelamos à capacidade transformadora de todos os seres humanos para que utilizem com o máximo cuidado a criação e que incentivem activamente projectos, ideias e acções de conservação do meio-ambiente. Os ambientes da nossa vida, sejam rurais ou urbanos, devem permitir uma vida digna e saudável e devem ser ecologicamente sustentáveis. A exploração dos recursos naturais instalou-se, domina e expande-se. O ambiente como “recurso” ameaça o ambiente como ‘casa’.
4) UM FUTURO COM UMA NOVA ECONOMIA VERDE
A Cáritas apoia a ideia de uma economia verde desde que assente nos princípios éticos da equidade e da solidariedade. Apelamos a que a construção de uma visão da “economia verde” não substituía ou deixe de fora as propostas do conceito de “desenvolvimento humano, integral e sustentável”, construídas durante décadas.
Existe uma verdadeira preocupação, por parte das organizações, que o novo conceito de “economia verde” seja centrado num modelo de mercado e que venha fortalecer os princípios neoliberais de crescimento e que tenha como consequência a gestão privada do mercado da sustentabilidade, o aumento dos preços, uma privatização inimaginável de bens comuns (água, oceanos, florestas) e planos de ajustamento estrutural ambientais.
5) UM FUTURO COM UM NOVO CONTRATO SOCIAL
propomos um modelo económico que tenha presente a democracia participativa e que promova a dignidade humana, o desenvolvimento humano sustentável e a distribuição de riqueza. Apelamos a todas as pessoas de boa vontade para que contribuam para uma cultura de respeito e diálogo e que fomente o acesso aos direitos e à justiça. È necessário definir um novo contrato social que tenha em conta a nossa interdependência e que nos impele a agir como cidadãos com responsabilidade pelo bem comum. Somos todos consumidores dos produtos da criação e, como indivíduos responsáveis, temos a possibilidade de escolher formas de vida que promovem o desenvolvimento, que respeitam o ambiente e que contribuem para reduzir os efeitos negativos nas populações mais pobres.
Texto Integral: Cimeira Rio+20
Mais informações em: Caritas Internationalis
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