Sociedades acolhedoras geram comunidades de amor
Reforçar a comunicação e as estratégias de cooperação entre as organizações Cáritas dos países de origem e destino, em toda a Europa. Esta é a primeira decisão tomada pelos 49 presidentes de directores de Cáritas que estiveram a participara na Conferência Regional da Caritas Europa, em Varsóvia, na Polónia, onde a migração e a prestação de cuidados foram temas centrais.
O texto de conclusões dos trabalhos, que tem como o titulo: “Sociedades acolhedoras geram comunidades de amor”, revela a preocupação de todos os responsáveis europeus da maior organização de solidariedade da Igreja Católica, perante o aumento do movimento migratório provocado pela situação de crise económica e financeira que atravessa a Europa. Cuidar para que todos os emigrantes sejam respeitados e bem acolhidos é uma preocupação da Cáritas Europa que está empenhada no desenvolvimento de projectos de cooperação para que entre os países de origem e destino se responda às necessidades não apenas dos que partem mas das sua famílias que ficam para trás, muitas vezes em situações de dificuldade.
A Cáritas está empenhada em assegurar as necessidades básicas dos emigrantes, facilitando a relação com as autoridades na obtenção de autorizações de trabalho, acesso à informação, língua e serviços de qualidade e ao reagrupamento familiar (facilitando o contacto com os familiar que ficaram no país de origem). Neste sentido deixa aos governos dos países de origem e destino um apelo para que, não vendo a emigração apenas como um questão de segurança, trabalhem no melhoramento da legislação no sentido de agilizar a integração nas sociedades de destino o só que traz benefícios para todos os envolvidos.
Para Portugal este encontro europeu vem reforçar as conclusões do encontro que reuniu em Portugal, no mês de Abril, os capelães e delegados das Cáritas dos países onde as comunidades de emigrantes portugueses têm uma maior expressão. Também nesta altura se entendeu que o reforço de cooperação entre todos os países e estruturas da Cáritas e Igreja é o caminho para uma assistência aos emigrantes mais cuidada e eficaz.
No que toca à prestação de cuidados, outro tema trabalhado na Conferência Regional da Cáritas Europa, o texto de conclusões faz um apelo à União Europeia e ao Conselho da Europa, para que “exortem os decisores políticos europeus e nacionais ao reconhecimento da importância do voluntariado na construção de uma sociedade mais humana e solidária, ajudando o voluntariado a desenvolver-se e a realizar todo o seu potencial em todos os grupos etários, com uma atenção especial nos mais idosos.” Neste seguimento o texto afirma que “O exercício do voluntariado deveria ser tido em conta na atribuição de direitos sociais, como pensões ou, no caso dos jovens que estão a integrar o mercado de trabalho, como experiência relevante. O voluntariado não deve ser instrumentalizado como uma alternativa barata ao trabalho remunerado.”
No que à sua organização diz respeito as organizações Cáritas comprometem-se a fortalecer as suas organizações na prestação de cuidados de alta qualidade.
Os presidentes e directores das Cáritas representadas nesta Conferência Regional sublinham ainda que a “luta contra a pobreza requer uma abordagem abrangente, olhando a raiz das causas e as injustiças dos sistemas e politicas, incluindo as políticas migratórias restritivas, que impedem o desenvolvimento integral da humanidade. A Cáritas destaca a responsabilidade de cada ser humano, bem como das instituições na contribuição para se alcançarem estes objectivos, atendendo às necessidades de cuidados de todas as pessoas e grupos vulneráveis. A coerência na acção é fundamental, sendo o bem comum o principio básico orientador.