Dia Mundial da Justiça Social
A Cáritas Portuguesa, juntamente com a Cáritas Europa, apela a todos os decisores políticos para que reconheçam a Justiça Social como um princípio fundamental no combate à pobreza e exclusão social. As estatísticas mais recentes mostram que, em 2012, 124,5 milhões de pessoas na UE-28 viviam em risco de pobreza ou exclusão social.
Em Portugal, em 2012, este número foi de 25,3 por cento da população, o que significa que mais de dois milhões e seiscentas mil pessoas, estavam em risco de pobreza ou exclusão social. Embora a Comissão Europeia e os Estados-Membros da União Europeia, incluindo Portugal, se tenham comprometido a tomar medidas sérias para reduzir significativamente estes números, a realidade é que há mais pessoas nesta situação no nosso país e que muitas não estão sequer na estatística oficial.
O Tratado da União Europeia afirma claramente que esta deve promover a Justiça Social. É uma tarefa a ser cumprida por Portugal e também pela Cáritas, cuja missão inclui a promoção da Justiça Social e o alerta aos decisores políticos para que lhe deem uma importância, particularmente no atual ambiente social, que está profundamente alterado. A conquista da Justiça Social diz respeito aos aspectos sociais, políticos e económicos e, sobretudo, à dimensão estrutural dos problemas e às suas respectivas soluções (201 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja). Isto significa que os governos devem desenvolver políticas e legislação que respeitem a interdependência e a interligação do desenvolvimento económico e social de forma sustentável. A verdadeira Justiça Social requer um forte compromisso entre estes aspectos, porque sem crescimento económico não há recursos adequados para o desenvolvimento social e sem investimento num sistema de proteção social, inclusão social e serviços sociais não há desenvolvimento económico estável a longo prazo.
Quando se trata de políticas de desenvolvimento económico e social os governos e decisores políticos são desafiados a terem sempre em mente que a dignidade de cada pessoa e da busca do bem comum são preocupações que deveriam moldar todas as políticas da nossa sociedade.
Inspirada pelas vozes das pessoas em situação de pobreza e de exclusão social, a Cáritas Portuguesa apela aos decisores políticos, a nível nacional, regional e local para que o combate à pobreza e à exclusão social seja uma questão de prioritária e que não hesitem em dar-lhe aplicação prática. As próximas eleições para o Parlamento Europeu não devem deixar deverão também abranger este tema já que ele serão de importância crucial para o futuro de uma Europa Social.