“Um Genocidio de Proximidade”
A Editorial Cáritas apresenta, hoje, no Instituto de Estudos Políticos, na Universidade Católica, em Lisboa, a sua mais recente publicação: “Um Genocidio de Proximidade”. A obra, de Teresa Nogueira Pinto, com prefácio do jornalista Nuno Rogeiro, revisita o genocidio do povo do Ruanda analisando-o do ponto de vista politico e sociológico.
“No período que antecedeu o genocídio – e até depois de ter começado – a reacção dos media e de alguns decisores na comunidade internacional foi exatamente a de atribuir os massacres a “velhos ódios tribais em ebulição num Estado falhado”. Mas a verdade – e esse é um dos pontos que tento demonstrar neste livro – é que o genocídio no Ruanda acontece precisamente porque o Estado é forte, omnipresente e apoiado numa máquina administrativa e de propaganda bastante sofisticada. O planeamento e a decisão do genocídio não foram decisões ou atos irracionais. Naturalmente que, no plano da execução, muitos dos camponeses Hutu que participaram nos massacres se deixaram levar numa onda de violência coletiva e extrema; mas a tentativa de extermínio dos Tutsis ruandeses é um projeto que parte do Estado, e que assenta num processo de decisão racional, um processo que ponderou e considerou uma série de factores estratégicos, económicos e políticos.” Em entrevista ao site da Editorial Cáritas, Teresa Nogueira Pinto fala desta obra e dos impactos politicos, sociológicos e até religiosos que resultaram deste massacre.