Um conflito que implica a todos
Mulheres, crianças e idosos, todos inocentes. São estas as principais vítimas do atual conflito que se vive na Faixa de Gaza. Segundo a ONU, esta guerra já provocou mais de 700 mortos, 4.000 feridos e cerca de 140.000 pessoas ficaram deslocadas. Trata-se de uma crise humanitária. Crise esta que deve ser sanada com a maior urgência sob pena de se transformar num problema com uma amplitude muito mais vasta.
Em nome da Cáritas Portuguesa e na sequência dos apelos já feitos, de forma tão veemente e de uma comoção tão evidente, pelo Santo Padre, o Papa Francisco, quero renova o apelo a ambas as partes envolvidas no conflito para que encontrem um caminho que leve a um cessar-fogo permanente e assente em vontades verdadeiras. Pedimos todos, que seja permitida a chegada da ajuda humanitária e que esta possa chegar às vítimas de forma segura. Sublinhamos que impedir a livre circulação da ajuda humanitária é uma violação dos direitos humanos.
A Caritas Internationalis à semelhança daquilo que já foi feito pelo Papa Francisco, acredita que “nenhum conflito é caminho para se acalçar a paz. A única coisa que a guerra alcança é o sofrimento e a perda de vidas. Além de que este é um conflito que está a marcar uma geração que nunca mais voltará a viver e a ver o mundo com os mesmos olhos. Por esta razão subscrevo a afirmação, de Michel Roy, secretário-geral da Caritas Internationalis, ao afirmar que “temos que acreditar num futuro comum para os israelitas e palestinos e, como parte da comunidade internacional, devemos trabalhar em todos os níveis – humanitário, político, diplomático e espiritual – para garantir que isso é possível na Terra Santa”, sublinha.
É urgente que as partes envolvidas neste sangrento conflito respeitem as suas obrigações perante o Direito Internacional, os Direitos Humanos e o Direito Internacional Humanitário. Que as Nações Unidas se instalem naqueles territórios e, alicerçados na confiança que deve ser nela depositada por todos os seus membros, exija rapidamente que as forças de segurança israelitas e os grupos armados palestinos parem com o ignóbil alvejamento de civis. É urgente que as Nações Unidas possam colocar as suas forças de segurança no terreno para proteger a vida destas populações que em nada contribuiu para o que está a acontecer e se tornaram nos alvos mais atingidos.
Neste sentido, saúdo a comunicação feita pela Caritas Internationalis, em conjunto com os Dominicanos para a Justiça e Paz, no dia 23 de julho, numa sessão especial do Conselho de Direitos Humanos (CDH) das Nações Unidas, sobre a “situação dos Direitos Humanos nos Territórios Palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental”.
Quanto sangue mais terá de ser derramado e quantos mártires mais terão de existir para que finde a ocupação israelita nos territórios palestinos?
Também a comunidade internacional não pode ficar apenas por apelos teóricos. Tem de olhar para atual situação de risco dos sobreviventes e dai a Caritas Internationalis ter lançado recentemente um apelo de emergência de fundos para apoiar o seu programa de emergência em Gaza. Este programa, vai financiar comida, cuidados médicos, cobertores, kits de higiene e combustível para os geradores do hospital dentro da Faixa de Gaza e aconselhamento para as pessoas que necessitam.
O Pe. Raed Abusahlia, diretor da Cáritas de Jerusalém, enviou o seu apelo nestes termos: “nós decidimos intervir rapidamente, porque as necessidades dos moradores de Gaza no conflito estão a aumentar de dia para dia; vemos que os danos e a destruição estão por toda parte na Faixa de Gaza. É necessária a nossa intervenção urgente nesta crise humanitária “.
Todos os cidadãos portugueses, que queriam participar neste pedido de apoio poderão fale-lo através da Cáritas Portuguesa que, encaminhará o donativo diretamente para a Cáritas de Jerusalém.