Cáritas Europeias apostam numa visão comum para a migração
Em Viena, na Áustria, reuniram no final da semana passada as Cáritas Europeias para traçar uma análise e visão comuns sobre a situação da “rota dos Balcãs”, bem como, partilhar as diferentes ações que estão a ser desenvolvidas no médio oriente e em África face à crise dos migrantes. Para ajudar nesta tarefa estiveram presentes o responsável do ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Viena e as Cáritas Europeias da “rota dos Balcãs”.. Na reunião evidenciaram-se as preocupações e desafios que foram divididas em quatro grandes grupos: 1. Ação humanitária, 2. Influência pública (advocacy), 3. comunicação e 4. mobilização da comunidade local.
Olhando à ação humanitária é evidente a falta de apoio humanitário diretamente nos países do conflito e vizinhos pelo que, defendem a Cáritas Europeias, será necessário investir nas duas frentes: países de origem e de trânsito. Será necessário reforçar a capacidade das Cáritas (Médio-oriente e Leste da Europa) e desenvolver uma ação de curto prazo promovendo o apoio a quem está em trânsito e preparar o inverno principalmente com materiais de isolamento e aquecimento (combustíveis, por exemplo). Neste momento, face à situação atual, os bens como roupa, cobertas, ou alimentação estão assegurados não sendo, por isso, necessário o envio de mais bens desta natureza.
As Cáritas Europeias envolvidas diretamente no apoio aos migrantes defendem que a solução para a Síria terá que ser política que acolha a diversidade religiosa da região. Neste sentido os programas da Caritas Internationalis na região do Médio-Oriente ascendem aos 100 milhões de dólares e chegam a cerca de 4 milhões de pessoas. Sendo a situação na Síria de grande preocupação e o número de refugiados mais elevado, a Cáritas alerta para a importância de não se esquecer a situação dos Iraquianos e os Africanos.
Não querendo definir as políticas de acolhimento que devem ser desenhadas por cada país, a Cáritas, defende, no entanto que, é urgente que se desmistifique a situação promovendo um trabalho de integração sério, com alianças e divulgando informação clara e concisa de modo a atenuar as muitas situações de racismo e xenofobia que se têm verificado.
Um pouco por todo o mundo são muitos os ecos de um bom acolhimento do desafio do Papa Francisco e o Conselho Pontifício para as Migrações está a desenvolver um manual para todas as Dioceses sobre como acolher;
Neste momento é importante que localmente se aposte na integração e se aproveite o momento para mobilizar para o longo prazo (integração) que vai ser a fase mais difícil.
A Cáritas deverá organizar uma campanha global pela Paz no Médio-Oriente.