Cimeira do Clima em Paris: uma oportunidade para uma família unida
A Caritas e a Aliança Internacional de Agências Católicas para o Desenvolvimento (CIDSE) afirmam que a Cimeira da ONU sobre o Clima (COP21), que decorre em Paris entre os dias 30 de novembro e 13 de dezembro, deve dar resposta à urgência das graves alterações climáticas, mas deve também servir como um marco para a criação de uma visão unificada para o futuro da humanidade sem deixar ninguém para trás.
Os países representados na COP21 são chamados a chegar a um novo acordo sobre as alterações climáticas para reduzir as emissões de carbono, travar o aquecimento global e permitir que as pessoas e os países se adaptem às alterações climáticas.
Com esta Cimeira a ter início apenas duas semanas depois de 130 pessoas terem sido mortas numa série de ataques programados na capital francesa, Michel Roy, Secretário-Geral da Caritas Internationalis afirma que “Enquanto nos preparamos para a COP21, os nossos corações estão com as vítimas dos ataques terroristas e com as suas famílias”, reforçando que “Tais atos de injustiça levam-nos a trabalhar para alcançar uma maior justiça global em muitas questões que conduzem à desigualdade e ao sofrimento, incluindo as alterações climáticas.”
Representando mais de 180 organizações Católicas em todo o mundo, a Caritas e a CIDSE apelam a um acordo vinculativo e equilibrado sobre as alterações climáticas a ser alcançado nesta cimeira. Estão convencidas de que fazer frente às mudanças climáticas, protegendo os direitos humanos de todos, será a chave para a erradicação da pobreza, da fome e da desigualdade.
Bernd Nilles, Secretário-Geral da CIDSE, afirma: “Estamos profundamente empenhados em trabalhar com e para as pessoas afetadas pelas alterações climáticas. Para proteger os mais pobres e vulneráveis, a economia global precisa de reduzir as emissões de carbono até 2050. “
Ambas as organizações acreditam que qualquer decisão tomada na COP21 deve ter uma base ética sólida. As pessoas e a política devem preparar o caminho para uma sociedade de baixo carbono e neste novo acordo deve estar garantido o financiamento para essa transição, não esquecendo a adaptação que as pessoas mais pobres no mundo têm que fazer.
A Caritas e a CIDSE defendem que os combustíveis fósseis não devem receber mais subsídios e que devem ser extintos de forma gradual, o mais rapidamente possível, ou o mais tardar até 2050. A energia sustentável deve ser acessível a todos. Qualquer plano de longo prazo para limitar o aquecimento global a menos de 1,5 graus Celsius.
Isto implica que os modelos de desenvolvimento e os estilos de vida mudem. Em junho de 2015 o Papa Francisco, na encíclica Laudato Si, fez um forte apelo a “cada pessoa que habita neste planeta” (LS #3) para cuidar da “nossa casa comum”. A encíclica convida todos a olhar para os aspectos ambientais e humanos do desenvolvimento numa nova visão da ecologia integral.
A 7 de dezembro, a Caritas e a CIDSE, juntamente com os Amigos da Terra e a Misereor, vão levar a cabo uma iniciativa paralela à COP21 intitulada “Deal with it!”, que vai discutir o impacto das mudanças climáticas na Oceânia e na Região do Amazonas.
Recursos:
• Vídeos da Cáritas sobre as alterações climáticas (1 – 2)
• Espiritualidade: como é que a nossa fé nos pode inspirar a mudar? (Laudato Si, Cuidar da Criação)
• Assine a petição do Movimento Católico Global pelo Clima
Para saber mais consulte a página da Caritas Internationalis