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Entre os dias 23 e 26 de maio, estiveram reunidos em Lourdes (França), na Conferência Regional da Caritas Europa, mais de 300 delegados das 48 organizações que fazem parte da Caritas Europa.

Esta conferência, que celebrou os 70 anos da Secours Catholique – Caritas França, e que contou com a participação de inúmeros beneficiários dos serviços e projetos das Cáritas de toda a Europa, teve como inspiração o seguinte lema: “Unidos em comunhão para uma maior solidariedade na Europa”.

A representar a Cáritas de Portugal, esteve presente uma delegação da Cáritas de Beja, dois beneficiários, e ainda o Presidente e o Secretário-Geral da Cáritas Portuguesa.

Durante quatro dias, participantes dos vários países foram distribuídos em grupos de trabalho segmentados pelas diferentes línguas (croata, francês, inglês e alemão) e foram encorajados a partilhar as suas experiências e pontos de vista no que diz respeito aos seguintes temas: pobreza da família e da criança, migração e asilo, participação na economia e na exclusão e vulnerabilidade extrema.

No centro das preocupações da Cáritas nestes dias, esteve a dignidade e condições de vida daqueles que estão mais frágeis. “As pessoas na Europa continuam a sofrer os efeitos da crise financeira de 2008. As medidas de austeridade levaram a uma diminuição do financiamento para os serviços sociais que são vitais para os mais vulneráveis ​​entre nós”, lembrou o Monsenhor Luc Van Looy, atual presidente da Caritas Europa e Bispo de Ghent, na Bélgica.

Por sua vez, Jorge Nuño Mayer, Secretário-Geral da Caritas Europa, recordou que também os migrantes e refugiados, que nesta altura vivem situações difíceis, são os mais atingidos pela pobreza na Europa e que a falta de solidariedade em lidar com a crise da migração é uma das principais preocupações da Caritas. “Eu acredito que a Europa deve assumir a responsabilidade de resolver o problema na sua raíz. A Caritas contribui para essa responsabilidade através dos seus projetos de manutenção da paz e desenvolvimento junto de comunidades vulneráveis ​​em todo o mundo”, referiu Jorge Nuño Mayer.

A Caritas Europa reforçou mais uma vez o compromisso com a promoção da autonomia dos mais pobres e vulneráveis, comprometendo-se a criar espaços onde estes possam participar ativamente na conceção de atividades que os afetam diretamente, contribuindo assim para lhes proporcionar uma vida verdadeiramente mais digna.

O Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, felicitou a Caritas Europa pelo sucesso da iniciativa, salientando que “um dos aspetos mais relevantes da Conferência foi a tentativa de influência política efetiva por parte da Cáritas junto das instâncias de poder, considerando que tem existido um esforço visível para levar a cabo medidas mais éticas que no futuro beneficiem os mais vulneráveis e contribuam de forma efetiva para o bem comum”.