Cáritas Lusofonas debatem fome e desigualdades
Até ao próximo sábado, reúne em Cabo Verde, o Fórum das Cáritas Lusófonas. Participam 30 delegados de 6 das 7 Cáritas nacionais. Como enfrentar a fome e as desigualdades sociais nestes países e a responsabilidade da Cáritas na superação destas injustiças.
Após a partilha da situação socioeconómica e da ação da Cáritas de cada país, deu-se relevo, dado as práticas bem sucedidas em algumas regiões, ao recurso favorável que a implementação da Economia Social e Solidária é para a eliminação da fome e a redução drástica das desigualdades. Todavia, este modelo da economia não pode ser entendida como uma “economia de pobres para pobres”, nem uma alternativa ao modelo predominante que reclama uma transformação radical em si mesma. A economia social e solidária não abdica da relação humana, pois tem a Pessoa no seu centro, contribuindo para potenciar o exercício da cidadania e a consciencialização social. Obriga a uma reorganização política e social. A implementação deste modelo de economia não pode ser apenas confiada às organizações da sociedade civil.
Os governos nacionais não se podem demitir de elaborar medidas públicas, mas sem se arvorarem em “tomadores” dessas medidas, mas congregarem diferentes atores para a concretização das mesmas. Dada a relevância que a economia social e solidária já tem no PIB de cada país, foi considerado que, como já aconteceu no Brasil, em cada país seja criada uma Secretaria de Estado para a Economia Social.