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A vivência do tempo pascal é, naturalmente, para a Cáritas Portuguesa e seus colaboradores, voluntários e amigos uma oportunidade de encontro e oração. Foi neste contexto que, na passada semana se realizou o retiro anual. No Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, colaboradores, directores atuais e antigos, voluntários e também a equipa da Obra Católica Portuguesa das Migrações.  O encontro foi orientado pelo P. José Manuel Pereira de Almeida, assistente espiritual da Cáritas Portuguesa.

Da parte da manhã, foram propostos os dois textos bíblicos da Carta Apostólica Misericordia et Misera – Jo 8, 1-11 e Lc 7, 36-50 – apresentados nos números 1 a 3 desta Carta do Papa que encerrou o Ano da Misericórdia. Para além destes o P. José Manuel realçou o número 14 da mesma carta, que põe “em realce o grande valor propositivo da família”, em estreita ligação com o tema da Semana Nacional Cáritas: “Família, construtora da Paz”. A manhã terminou com uma referência aos números 19 a 21 que podem ter uma especial concretização nas diversas organizações sociais da Igreja, já que nos impelem a discernir e “individuar novas obras de misericórdia e implementá-las com generosidade e entusiasmo” porque “as obras de misericórdia são «artesanais»: nenhuma delas é cópia da outra; as nossas mãos podem moldá-las de mil modos”.

Já na parte da tarde os participantes foram convidados a refletir sobre o texto bíblico base da Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma deste ano: Lc 16, 19-31. Urge tomarmos consciência de que cada pessoa que se cruza no nosso caminho é um “dom de Deus para nós”, e muito em especial quem está numa situação de exclusão e necessidade. Para isso, é necessária uma atenção constante ao “dom da Palavra de Deus”, que nos prepara o coração para uma misericórdia prática e efectiva. De facto, “a cultura da misericórdia forma-se na oração assídua, na abertura dócil à ação do Espírito, na familiaridade com a vida dos Santos e na solidariedade concreta para com os pobres”.