Sessão de apresentação na Universidade Lusófona
No passado dia 13 de março realizou-se na Universidade Lusófona, no Auditório Armando Guebuza, a Sessão de lançamento e apresentação do Livro “A Ação Socio Educativa dos Jesuítas e o Colégio de São Fiel (1863-1910)”, da autoria do Prof. Dr. Ernesto Candeias Martins, contando com a presença de cerca de cinquenta pessoas. De salientar, na assembleia, para além de vários professores da Universidade, a presença de uma delegação de estudantes da Baía – Brasil, com a qual se encontraram alguns pontos de ligação durante a sessão de apresentação do livro.
Da Mesa da Sessão fizeram parte o Prof. Dr. António Teodoro, Diretor do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento e representante do Reitor da Universidade Lusófona na Sessão; Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa; Dr. António Júlio Trigueiros, Jesuíta, Diretor da Revista Brotéria e autor do Prefácio do livro; Prof. Dr. Justino Magalhães, professor da Universidade de Lisboa e co-autor do livro; Prof. Dr. Francisco Malta Romeiras, professor da Universidade de Lisboa e co-autor do livro; e o Prof. Dr. Ernesto Candeias Martins, autor e coordenador do livro.
O Prof. Dr. António Teodoro, enquanto anfitrião desta Sessão de apresentação, em representação do Reitor da Universidade Lusófona, Dr. Mário Moutinho, começou por dar as Boas vindas a todos os presentes congratulando-se com a apresentação desta obra. Salientou o seu caráter de “memória histórica” e a sua importância para a construção de identidades. Além disso, trata-se de mais um reconhecimento ao papel dos jesuítas em Portugal enquanto congregação marcante na Educação do país e, como tal, na organização da sociedade.
O Presidente da Cárita Portuguesa, por sua vez, depois de saudar todos os presentes, com uma saudação especial aos estudantes da Baía presentes, referiu estarmos num espaço privilegiado para a apresentação de livros desta natureza, na linha da identidade e missão da Cáritas. A este propósito salientou que a Cáritas não existe apenas para gerir questões assistenciais mas para ajudar a transformar a realidade, em ordem a uma sociedade mais justa e mais humana. Neste sentido, referiu, afirma-se a Editorial Cáritas na procura de estabelecer alianças entre o “pensar” e o “fazer”. No seguimento da Sessão de apresentação do mesmo livro realizada no passado dia 10 de março, em Louriçal do Campo, local onde se encontra o Colégio de São Fiel, expressou que o “pensar” e o “fazer” devem caminhar lado a lado, pois, se aqui estamos no lugar mais conotado com o “saber”, no Louriçal do Campo estivemos no lugar mais conotado com o “fazer”, local onde efetivamente estão os protagonistas do fazer e, como tal, do futuro necessitando, para tal, dos protagonistas do “saber”. Aproveitou para agradecer, uma vez mais, ao autor do livro por esta obra, que já é a quinta que o autor edita através da Editorial Cáritas.
Seguiu-se a intervenção do Pe. António Júlio Trigueiros, jesuíta, autor do prefácio do livro e diretor da Revista Brotéria, o qual, na linha da Sessão de apresentação realizada em Louriçal do Campo salientou o caráter histórico desta obra e, de um modo especial, o início da história da Revista Brotéria que aí surgiu em 1902, que marcou muitas gerações a nível cultural e científico e que agora tem a honra de continuar enquanto seu diretor. Para além da contextualização histórica da presença dos jesuítas em Portugal em geral, incidiu sobre o contributo específico do Colégio de São Fiel para a afirmação da Companhia de Jesus e sua obra, sobretudo, a nível social e educativo. Face à sua importância transcrevemos, na íntegra, mais à frente, a intervenção do Pe. António Júlio Trigueiros.
De seguida, foi a vez de ouvirmos o Prof. Dr. Justino Magalhães, um dos co-autores da obra, que começou por agradecer ao organizador da obra por esta oportunidade de registar a Memória e trazer à luz da história estes contributos fundamentais para a perceção do contexto socio-educativo do país. De facto, salientou, com os métodos e os saberes veiculados pelo Colégio de São Fiel, a par do Colégio de Campolide, em Lisboa, Colégio também dos jesuítas, estamos perante a grande base para a organização da Escola pública, no século XX, em Portugal. Os textos que neste livro se apresentam recuperam vários contextos, tempos e métodos, que se revelam marcantes para a perceção da realidade social e educativa do século XX até aos nossos dias, daí a importância do seu registo como “memória histórica”.
Depois, o Prof. Dr. Francisco Malta Romeiras, outros dos co-autores o livro, salientou a importância de conhecermos o Colégio de São Fiel e o seu contexto para percebermos a história sócio-educativa do nosso país. A este propósito, salientou a originalidade do Colégio de São Fiel e a sua influência, sobretudo, científica, para o nosso país tendo até, em alguns casos, uma influência mundial, como o atesta a atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz, que aí foi aluno e onde nasceu para a investigação científica.
Por fim, o Prof. Ernesto Candeias, para além de se congratular com esta iniciativa e agradecer a presença de todos, salientou o contributo dos co-autores desta obra para a riqueza da mesma (Justino Magalhães; Margarida Miranda; Maria Neves, José Brás; Francisco Malta Romeiras; Manuel Morujão; e o autor do Prefácio, Pe. António Trigueiros); o envolvimento do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento da Universidade Lusófona; o envolvimento do Instituto Politécnico de Castelo Branco; o envolvimento da Junta de Freguesia de Castelo Branco; o envolvimento da Junta de Freguesia de Louriçal do Campo; e o envolvimento da Editorial Cáritas em ordem á sua publicação. Na sua intervenção salientou alguns apontamentos históricos relacionados com o Colégio de São Fiel, concretamente: a sua localização; os seus métodos de ensino; as atividades curriculares e extracurriculares aí desenvolvidas; a sua influência social; a sua consolidação arquitetónica; a consistência dos saberes; o seu caráter atrativo de alunos; as múltiplas personalidades ilustres que por ali passaram; entre outros. Como tal, concluiu expressando o impacto que o Colégio de São Fiel provocou em muitas gerações e territórios, a começar por Louriçal do Campo, nas aldeias e vilas limítrofes e, num certo sentido, em todo o território nacional.