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Rafat Dabah tem 22 anos, deixou a Síria em 2013, rumo ao Egito, na companhia dos pais e quatro irmãos, e ali ficou durante 2 anos à espera de saber para onde seguiriam a sua viagem. Como tantos outros afetados pelo conflito que assolou o seu país, teve de partir e recomeçar a sua vida noutro lugar. Chegou a Portugal em 2015, pela intervenção do ACNUR e do programa de reinstalação e desde então tem feito o seu caminho de descoberta do nosso país e da cultura portuguesa. Hoje, Dia Mundial do Refugiado, estará com a Cáritas Portuguesa a partilhar a sua viagem numa conversa moderada pela jornalista Alice Vilaça, na qual participam também a atriz brasileira Joana Balanguer e o Padre jesuíta Paulo Duarte.

“Vem e partilha o teu pão” é o mote escolhido pela Cáritas Portuguesa e pela Conferência Episcopal Portuguesa para assinalar o Dia Mundial do Refugiado, reunindo várias entidades num evento institucional que promove a partilha de testemunhos e vivências de portugueses, migrantes e refugiados, que terá lugar no dia 20 de junho, pelas 17h00. A Gare Marítima Rocha Conde d’Óbidos, de onde muitos partiram ou chegaram, foi o local escolhido para este encontro, no âmbito de uma Campanha Internacional da Cáritas sobre migrantes e refugiados, cuja Semana Mundial de Ação Conjunta decorre até dia 24 de junho.

Entre os presentes estarão o Primeiro-Ministro António Costa, o Ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, o Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias Pedro Bacelar de Vasconcelos, o núncio apostólico Rino Passigato e vários representantes consulares em Portugal, associações de migrantes e entidades públicas ligadas às migrações. Todos os participantes foram convidados a trazerem consigo o pão dos seus países para partilharem.

Para além da viagem, haverá um outro momento de partilha simbólica do pão, com um lanche partilhado, com o qual se pretende transmitir a cultura do encontro, promovida pelo Papa Francisco, fundamental para melhor acolher e integrar quem decide ou é forçado a sair da sua casa.

A Cáritas Portuguesa acredita que, para se criar uma Europa verdadeiramente inclusiva, é essencial incentivar o diálogo intercultural, encontros e debates entre migrantes e comunidades locais para ajudar a quebrar preconceitos e medos do “desconhecido”.