Cáritas Europa publica estudo “Casa Comum – Migrações e Desenvolvimento
“Casa Comum – Migrações e Desenvolvimento”
Cáritas Europa publica estudo “Casa Comum – Migrações e Desenvolvimento” com base em estudos de 11 países com testemunhos e boas práticas. Nos últimos anos, a migração polarizou profundamente o debate público na Europa. Embora o número recorde de chegadas de migrantes tenha caído consideravelmente desde 2017, a crise política e social que se seguiu na Europa permanece até hoje.
É neste clima, tenso, que a Caritas Europa decide publicar uma reflexão renovada sobre as interconexões complexas entre migração e desenvolvimento, tanto na Europa quanto no exterior, para promover um debate mais equilibrado.
Esta publicação é baseada em testemunhos e boas práticas de 11 estudos nacionais: Áustria, Bélgica, Bulgária, República Checa, Alemanha (Baviera), Itália, Holanda, Portugal, Eslováquia, Eslovênia e Suécia. Tem também como base a análise de dados estatísticos europeus e internacionais.
A Cáritas aborda a migração e o desenvolvimento sob dois ângulos. Por um lado, analisa até que ponto a própria migração faz e pode contribuir para o desenvolvimento sustentável nos países de origem e destino. Por outro lado, examina até que ponto as políticas e práticas europeias e dos Estados-Membros, interna e externamente, contribuem para o desenvolvimento humano integral das pessoas e para o desenvolvimento sustentável dos países da Europa e além.
A Cáritas utiliza um amplo entendimento da migração, incluindo todos os refugiados e solicitantes de proteção internacional, bem como trabalhadores migrantes e membros de suas famílias. No que diz respeito ao desenvolvimento, olha para esta questão como um processo de longo prazo com construção de capacidades sociais e económicas da comunidade e das famílias de maneira sustentável, a fim de erradicar a pobreza e a vulnerabilidade e promover a justiça social.
Na opinião da Cáritas, a migração permanece ligada à pobreza, na medida em que a pobreza é entendida não apenas como pobreza económica, mas também inclui exclusão ou falta de oportunidades para participar na sociedade ou acesso a trabalho digno, boa governação, educação e saúde, liberdade de expressão e participação ou a capacidade de evitar as consequências das mudanças climáticas.
A Cáritas apoia, portanto, a visão de que não há correlação comprovada entre a erradicação da pobreza e a redução da migração, e ainda afirma que, embora alguns dos fatores de migração precisem ser abordados para apoiar o desenvolvimento a longo prazo dos países, a redução da pobreza é uma ação por si só, não é uma estratégia de redução de migração.
O estudo europeu “Casa Comum – Migrações e Desenvolvimento” poderá agora ser consultado aqui: https://www.caritas.eu/common-home-eu/