“Crianças Cáritas”: Celebrar a compreensão e fazer memória
“Crianças Cáritas”
Um encontro que tinha de acontecer para celebrar o entendimento entre dois países – Portugal e Áustria. Um entendimento que ultrapassou qualquer tratado entre estados, todas as formas de cooperação internacional, negócios comerciais. “Trata-se de celebrar a compreensão entre os países e os seus cidadãos.” Foi desta forma que Alexander Van Der Bellen, Presidente Federal da Áustria, caracterizou o encontro que aconteceu no final de junho aquando da sua visita a Portugal.
Este momento foi um “prestar de homenagem” a uma geração, mas também um marcar memória de uma ação de ajuda humanitária, a primeira organizada pela Cáritas em Portugal, e que desde o final da II Guerra Mundial mantém estes dois países unidos. Entre 1947 e 1952 cerca de 5.500 crianças austríacas foram acolhidas em Portugal, por várias famílias em todo o país, numa ação desenvolvida pela Cáritas.
Num encontro emotivo que juntou algumas das “crianças Cáritas” que acabaram por permanecer ou regressar a Portugal, o presidente da Cáritas portuguesa não deixou de sublinhar a importância que e revisitar estes momentos históricos que nos mostram o caminho percorrido.
“Este momento reveste-se, assim, de alto significado. Já passaram mais de seis décadas. O nosso encontro demonstra que sabemos como importante é honrar o passado, para sermos dignos do presente e assegurarmos um futuro mais promissor.”
Uma oportunidade, acrescenta ainda Eugénio Fonseca, para recordar o papel que teve, nesta iniciativa, a sociedade civil: “O interessante é que o acontecimento que, agora, evocamos não resultou da iniciativa dos Governos da altura ou de qualquer outra instituição oficial dos países que mais sofreram com a II Guerra Mundial.”
“Aqui em Portugal, estes traumatizados as crianças aprenderam a ser crianças de novo e mesmo que o tempo tenha passado eles não esqueceram o calor que receberam longe de casa. E a Áustria também não esqueceu.”