Conhecer para Intervir: Competência Cultural no Serviço Social
“Conhecer para Intervir: Competência Cultural no Serviço Social”, na Universidade Lusófona, em Lisboa
No passado dia 25 de junho realizou-se no Auditório Professor José Araújo, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, a Sessão de lançamento e apresentação do livro “Conhecer para Intervir: Competência Cultural no Serviço Social”, da Editorial Cáritas, da autoria da Dra. Hélia Bracons, resultante da sua tese de doutoramento, contando com a presença de cerca de cinco dezenas de pessoas.
De salientar, na assembleia, a presença de alguns professores e alunos e ex-alunos da Universidade Lusófona, sobretudo, no âmbito da Licenciatura e do Mestrado em Serviço Social.
Da Mesa da Sessão de Abertura fizeram parte o Prof. Dr. Carlos Diogo Moreira, Diretor do Instituto de Serviço Social da Universidade Lusófona, e o Eng.º António Lage Raposo, Coordenador da Editorial Cáritas, enquanto parceiros institucionais para a edição desta obra. O Prof. Dr. Carlos Diogo Moreira, anfitrião da Sessão, começou por dar as Boas vindas a todos os presentes e declarou aberta a Sessão, passando, de imediato, a palavra ao Eng.º António Lage Raposo, Coordenador da Editorial Cáritas, o qual, depois de saudar e se congratular com todos os envolvidos no processo que se traduz na presente iniciativa, aproveitou para enquadrar, de uma forma muito sucinta, a Editorial Cáritas no âmbito da identidade e missão da mesma Cáritas apresentando, de um modo especial, o Programa “Aliança do Pensar e do Fazer” que pretende conciliar, de uma forma eficiente e eficaz, o saber académico nas áreas sociais, com a respetiva práxis social.
A Sessão de apresentação do livro “Conhecer para Intervir: Competência Cultural no Serviço Social” contou com a presença e intervenções do Prof. Dr. Carlos Diogo Moreira, Diretor do Instituto de Serviço Social da Universidade Lusófona; do Dr. Edmundo Martinho, Provedor da Santa Casa da Misericórdia e apresentador da obra; e da Dra. Hélia Bracons, autora da obra e diretora da Licenciatura em Serviço Social da Universidade Lusófona.
O Prof. Dr. Carlos Diogo Moreira, enquanto orientador da tese de doutoramento da Dra. Helena Bracons e autor do Prefácio do livro que agora resulta da respetiva tese, salientou, antes de mais, o tema trabalhado pela Dra. Hélia Bracons que nos coloca, por um lado, perante “a realidade das sociedades multiculturais em que vivemos” e, por outro lado, perante “o projeto da multiculturalidade que as sociedades multiculturais implicam”. Nesse sentido, considerou que “para promover esse projeto é necessária competência cultural, também no domínio do serviço social, como foca esta tese”, pois, “trabalhar com o outro é sempre um processo do seu reconhecimento e, viver com o outro, é um esforço continuado que exige o desenvolvimento de capacidades específicas”. Além disso, referiu que, sendo esta obra uma investigação conducente ao grau de doutoramento, ela traduz um processo “sofrido”, que “põe à prova a sua autora, seja como académica, seja como pessoa”, traduzindo-se numa “experiência lenta, de ensaio e erro, de frustrações e sucessos, de inquietações permanentes”. Nesta linha, ressaltou a “vontade inquebrantável e a persistência” da autora que, desta forma, nos coloca perante uma obra atual e inovadora que merece uma leitura atenta.
Por sua vez, o Dr. Edmundo Martinho, enquanto apresentador do livro, começou por saudar todos os envolvidos neste processo, referindo-se, de modo especial, à autora, à Universidade Lusófona e à Editorial Cáritas manifestando, logo de seguida, a sua honra por apresentar uma obra desta natureza. Assim, começou por salientar que o tema nos coloca perante uma certa ambivalência em que, por um lado, se traduz “num certo apelo ao relativismo cultural” e, por outro lado, “num certo apelo ao domínio cultural do outro”, fatores que, como tal, necessitam do apelo a um saudável “equilíbrio”. Recorrendo a alguns exemplos, manifestou que estamos perante “um tema muito controverso” que, contudo, “não é novo”, mas que, hoje, “tem uma emergência diferente face á diversidade de olhares culturais que nos rodeiam”. Neste contexto, “exige-se uma formação adequada por parte do assistente social para fazer face a estes desafios” e, o grande desafio passa, mais do que pela multiculturalidade, que é facilmente constatável, pela “interculturalidade”. Aí, o técnico de serviço social deve procurar “afirmar sempre a sua identidade cultural mas no respeito pela identidade dos outros”, sendo que “este equilíbrio não é fácil mas é o caminho para fazer a diferença para um desejável equilíbrio social”. Este livro dá pistas para essa leitura e exercício do respeito mútuo, pelo que, rematou, “se recomenda vivamente a sua leitura”.
Por fim, a autora do livro, Dra. Hélia Bracons, depois de umas sentidas palavras de agradecimento a todos os envolvidos no processo que desemboca na apresentação desta obra, seja a nível institucional, seja a nível profissional, seja ainda a nível familiar, recorreu ao seu conceito de “competência cultural” aplicado ao Serviço Social enquanto “profissão das sociedades modernas com a característica da diversidade”. Neste sentido, considerou que “a questão da alteridade é a questão chave do mundo em que vivemos” que, como tal, exige “competência cultural” por parte do assistente social, seja a nível da “compreensão”, seja a nível da “intervenção” nessa realidade. Essa “competência cultural” traduz-se num “conjunto de capacidades cognitivas, afetivas e comportamentais que possibilitem uma intervenção eficaz em contextos de grande diversidade cultural”. E isso requer, continuou, “formação contínua a nível da competência cultural”, procurando “criar condições para aceder a ferramentas para lidar com esses contextos”, sempre com “uma atitude de abertura e reciprocidade”, com “entusiasmo para conhecer mais e melhor o outro”. Assim, rematou, constroem-se caminhos de reflexão sobre o mais importante: “A pessoa, nas suas mais variadas diversidades”.
O Prof. Dr. Carlos Diogo Moreira, Diretor do Instituto de Serviço Social da Universidade Lusófona, agradecendo, uma vez mais, a todos os responsáveis pela edição e apresentação de “Conhecer para Intervir: Competência Cultural no Serviço Social”, encerrou a Sessão, seguindo-se uma prolongada sessão de autógrafos do Livro por parte da sua autora.