Mala da Partilha
No âmbito da Campanha da Caritas Internationalis “Partilhar a Viagem”, lançada pelo Papa Francisco a 27 de Setembro de 2017, sob o mote de “acolher, proteger, promover, integrar os migrantes e refugiados”, foram criadas e promovidas oportunidades para o diálogo e uma cultura do encontro entre as pessoas para um melhor entendimento e abordagens positivas e humanas sobre a viagem migratória e os seus desafios. Assim, para criar pontes de diálogo entre várias entidades e colaboradores e fomentando a proximidade com migrantes e refugiados, a Mala da Partilha, uma das atividades que integra a campanha da Caritas Internationalis, apela à partilha de testemunhos sobre a “viagem migratória” (imigração/emigração).
Com esta iniciativa, a Cáritas pretende conhecer melhor e enaltecer as experiências migratórias pessoais, mostrando abertura a diferentes comunidades e culturas coexistentes ao nível local, promovendo a cultura do encontro e da proximidade e combatendo, de forma ativa, a globalização da indiferença com a globalização do encontro e reforçando a necessidade de reconhecer as migrações como fenómeno intrínseco ao ser humano, parte da Humanidade. No entanto, este não é o único objetivo da iniciativa. A Mala da Partilha visa também estimular a ideia de que todos nós nos sintamos em casa, onde quer que vivamos, enquanto uma só família numa casa comum e envolver os membros da comunidade para que sejam um contributo vivo para a causa das migrações, assim como se empenha também na reflexão conjunta sobre os quatro verbos “acolher, proteger, promover e integrar”.
O evento foi lançado em Setúbal em outubro de 2018, a partir de onde a Mala da Partilha viajou por Lisboa, Braga, Vila Real, Bragança, Porto e Aveiro, Beja. Neste momento a Mala da Partilha encontra-se no Funchal. Ao longo da sua viagem, a Mala da Partilha foi recolhendo, em cada Diocese, cartas escritas por migrantes, tendo juntado até a data 58 cartas. Os migrantes relataram as suas histórias de vida, incluindo os motivos que os levaram a partir, os problemas e as dificuldades que enfrentaram, o decorrer do acolhimento e da integração, assim como as situações atual (como se sentem, como vivem,…). No caso dos emigrantes, a carta entregue à iniciativa da Mala da Partilha inclui também os motivos que levaram os emigrantes a regressar e as dificuldades que encontraram no seu regresso. Todas as participações decorreram de forma completamente livre, espontânea e por vontade própria dos participantes.
Nas atividades da Mala da Partilha participaram várias Cáritas Paroquiais e Diocesanas, Paróquias, Pastorais da Mobilidade, Comissões Diocesanas, Câmaras Municipais, diversas organizações e instituições, assim como associações de migrantes e plataformas de direitos humanos, entidades governamentais, várias escolas, universidades, professores e alunos.