Migrações e Desenvolvimento: Comunicar, Influenciar, Transformar
No passado fim-de-semana, decorreu o Encontro de Formação “Migrações e Desenvolvimento: Comunicar, Influenciar, Transformar”, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, promovido pela Cáritas Portuguesa, no âmbito do projeto MIND – Migrações. Interligação. Desenvolvimento, e em parceria com o ACM – Alto Comissariado para as Migrações e pelo Instituto Marquês de Valle Flôr, no âmbito do seu projeto CivAct. Contou com a presença, entre oradores e representantes de organizações e associações de migrantes, de 43 participantes.
O Encontro teve início no dia 11 de janeiro, com a receção aos participantes, pelo presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca. O segundo dia do Encontro iniciou com uma breve apresentação do projeto MIND pela Responsável Operacional da Unidade Internacional da Cáritas Portuguesa, Filipa Abecasis. Seguiu-se a dinamização de várias atividades, com o objetivo de dar a conhecer ao grupo as organizações/associações presentes, assim como o trabalho levado a cabo por cada uma delas na área específica das migrações e desenvolvimento e quais os maiores desafios no seu trabalho diário. A dinamização ficou a cargo da Investigadora do William James Center for Research do ISPA, Lisa Matos, que partilhou também a sua experiência e uma apresentação sobre aspetos estruturais para uma organização ou associação. . Durante a manhã participou, ainda, o Investigador do ICS – UL, João Sardinha, terminando com uma apresentação sobre o Gabinete de Apoio Técnico às Associações de Imigrantes do Alto Comissariado para as Migrações (GATAI-ACM), pelo Técnico nesse Gabinete, José Neves.
Foi num ambiente descontraído que se retomou, durante a tarde, o Encontro de Formação, dinamizado por Mariana Hancock, Responsável de Advocacy da Unidade Internacional da Cáritas Portuguesa e por Filipa Abecasis, onde foram abordados o conceito e as práticas de Advocacy, realçando a sua importância, e o papel fundamental da Comunicação, enquanto ferramentas centrais para a Transformação.
O painel reservado para a manhã de domingo, dia 13 contou com uma breve apresentação sobre os Pactos Globais das Nações Unidas sobre Refugiados e para as Migrações Ordenadas, Seguras e Regulares, pela Cáritas Portuguesa, e abordou a temática das Migrações aos níveis nacional e internacional. Contou com a participação de André Costa Jorge, Diretor do JRS Portugal e Coordenador da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados, de Emellin de Oliveira, Doutoranda da FD- UNL, e do Professor Catedrático da UAL Luís Moita, que terminou a sua intervenção com uma frase da sua autoria, mas que marcou todos os presentes: “A multiculturalidade está para a sociedade, assim como a biodiversidade para a natureza”. A segunda parte da manhã foi dedicada à temática das Parcerias, e contou com a Técnica de projetos do IMVF, Cátia Lopes, Suzana Djiba, Voluntária do Projeto CivAct–IMVF, Cyntia de Paula, Presidente da casa do Brasil e António Brito Guterres da Fundação Aga Khan.
Durante a tarde, foi proposto um exercício sobre os 23 Objetivos para as Migrações Ordenadas, Seguras e Regulares, inscritos no Pacto Global das Nações Unidas, no sentido de os participantes neste Encontro prepararem uma intervenção, representativa das suas aprendizagens, reflexões e experiências pessoais e das organizações/associações a que pertencem, na Audição Pública sobre o Pacto Global para as Migrações, que se realizará no próximo dia 22 de janeiro, no Auditório do Edifício Novo da Assembleia da República. Este exercício contou, também, com a participação da Diretora da Obra Católica Portuguesa para as Migrações, Eugénia Quaresma, que deu a conhecer o trabalho no âmbito das Migrações levado a cabo pela Igreja em Portugal, e o Manifesto sobre os Pactos desenvolvido pelo Fórum de Organizações Católicas sobre Imigração (FORCIM).
As associações de imigrantes participantes neste Encontro de Formação estarão, então, representadas e intervirão na Audição Pública referida, a ter lugar na Assembleia da República, realçando a importância da implementação do Pacto Global
pa
ra as Migrações, e do seu impacto na vida dos imigrantes e da sociedade em geral, bem como o papel e o exemplo da constituição de trabalho em rede e parceria para melhor alcançar os seus princípios e objetivos. O Encontro de Formação foi tido, por todos, como uma boa oportunidade para estreitar relações, estabelecer contactos e conhecer melhor o trabalho associativo de e para migrantes, em Portugal.
A Cáritas Portuguesa continuará a trabalhar em conjunto com estas, e outras, associações e organizações, com o objetivo de criar alianças e incentivar a uma parceria multi-atores sobre Migrações e Desenvolvimento.