Marcelo Rebelo de Sousa recebe Cáritas Portuguesa
Por iniciativa do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, foi recebido para um encontro onde se partilharam os efeitos sentidos na população da passagem da pandemia causada pela propagação do coronavírus, COVID-19.
Este encontro foi a manifestação da confiança que o Presidente da república coloca em organizações como a Cáritas Portuguesa e que, na leitura de Eugénio Fonseca, “é a responsabilidade acrescida de sermos capazes de estar ao alcance desta confiança.”
Este encontro centrou-se na vontade de Marcelo Rebelo de Sousa conhecer a visão da Cáritas sobre a crise social que está a assolar Portugal.
“Os portugueses já conhecem as nossas preocupações. As mais preocupantes foram as sublinhadas neste encontro. A rapidez e gravidade com que se começaram a evidenciar as carências socioeconómicas de uma parte muito significativa da população portuguesa. A drástica redução de rendimentos que a muitos está a atingir. As consequências desta situação que tendem a agravar-se e sem se saber por quanto tempo. As grandes dificuldades que instituições como a Cáritas estão a ter para responderem aos pedidos que são, sobretudo de alimentação.”
Para o presidente da Cáritas Portuguesa é claro que só com a conjugação de esforços de todos, Governo, Autarquias, Instituições empresariais, sindicais, educativas, sociais… se conseguirá minimizar tão graves carências. Ao mesmo, tempo, devem ser pensadas medidas de recuperação das vidas agora perturbadas pelas carências económicas. A pessoa fragilizada no centro de tudo é uma preocupação que faz parte da identidade da Cáritas.
“A nossa sociedade corre hoje o risco de uma grande fragilização. Para que se consiga que esse enfraquecimento não seja tão desastroso, há que reforçar a intervenção dos órgãos intermédios que facilitem a motivação e participação das pessoas. A valorização da cultura, desporto e lazer é fundamental. As autarquias a nível dos Municípios e das Juntas de Freguesia, bem como a intervenção de maior proximidade das Igrejas e outras Confissões Religiosas são fundamentais.”
A resposta da rede nacional Cáritas
O impacto social é uma das consequências mais graves da emergência sanitária. Face às alterações sociais que foram impostas às famílias, muitas novas situações de pedidos de apoio surgiram e para elas a Cáritas criou uma nova resposta imediata.
A Cáritas Portuguesa iniciou, assim, em abril de 2020, uma nova etapa na resposta à emergência social. A Cáritas Portuguesa disponibiliza uma verba de apoio às Cáritas Diocesanas que identificaram, neste momento, como principal dificuldade o acesso a bens alimentares. O atual programa de apoio terá um orçamento de 130.000,00€, proveniente de fundos próprios da Cáritas Portuguesa, dividido da seguinte forma: 100.000,00 € para vales e 30.000,00 € para apoios a situações pontuais urgentes.
Este Programa de Resposta Social irá funcionar através da atribuição de vales de aquisição que permitam acesso de forma imediata a alimentos e bens essenciais.
A rede nacional Cáritas irá continuar a trabalhar para que todos os que estão em situação de maior vulnerabilidade tenham condições para uma subsistência com dignidade. A preocupação da Cáritas é proteger a dignidade das pessoas mais vulneráveis e garantir que tudo é feito para que estas possam recuperar a sua vida ou redesenhar o seu caminho.
Desde o início da atual crise provocada pela propagação do novo Coronavírus – COVID-19, que a rede das 20 Cáritas Diocesanas sentem um aumento na procura de ajuda em cinco grupos considerados de apoio prioritário: população sénior, famílias e crianças em situação de vulnerabilidade, pessoas em situação de sem-abrigo, reclusos ou ex-reclusos em situação de inserção, migrantes em situação de vulnerabilidade social.