Dia Litúrgico de Óscar Romero
Óscar Romero foi o arcebispo de S. Salvador de 1977 até 1980, ano em que foi assassinado. Foi inicialmente considerado uma escolha conservadora como arcebispo, mas tornou-se fundamental na denuncia contra as violações dos direitos humanos em El Salvador.
Durante os seus três anos como arcebispo, Romero denunciou repetidamente a violência e falou em nome das vítimas da guerra civil. Num momento de forte censura sobre a imprensa, as suas transmissões semanais via rádio eram frequentemente a única forma que a população tinha para saber a verdade sobre as atrocidades que estavam a acontecer no país. Defendeu o direito dos pobres na exigência de mudanças políticas, uma posição que o tornou um adversário problemático para os governantes do país.
Um mês antes de ser assassinado, Romero escreveu ao presidente Jimmy Carter exortando os EUA a parar o apoio ao governo salvadorenho e a pedir para deixar de fornecerem armas e conselheiros militares. No dia anterior ao seu assassinato, pediu aos soldados e à polícia que não seguissem as ordens que recebiam para matar civis e parassem com a repressão:
“Os camponeses que vocês matam são os vossos próprios irmãos e irmãs”, disse, “em nome de Deus e em nome deste povo sofredor, cujos lamentos sobem ao céu a cada dia mais tumultuados, peço-te, ordeno-te em nome de Deus: para a repressão!”
O arcebispo Romero foi assassinado a tiro em 24 de março de 1980, aos 62 anos, enquanto celebrava a missa. Na década seguinte, cerca de 70.000 salvadorenhos foram mortos na guerra civil.
Romero é uma figura inspiradora para os católicos em todo o mundo e particularmente para a Cáritas de quem é patrono. Não falou simplesmente sobre a importância de amar o próximo, mas nomeou corajosamente as injustiças que atormentavam o seu país.
Na Cáritas celebrar o legado de Óscar Romero é seguir seu exemplo de desafiar a injustiça onde quer que ela se encontre e recusar ficar em silêncio sobre as causas da pobreza.