Pandemia: um tempo para redescobrir o espírito da Madre Teresa
A Assembleia Geral das Nações Unidas instituiu, em 2012, o Dia Internacional da Caridade, a ter lugar anualmente a 5 de setembro. Reconhecendo que a caridade ajuda à coesão social e à paz, as Nações Unidas pretendem sensibilizar e mobilizar as pessoas e as organizações a ajudar os outros através de atividades filantrópicas.
A escolha do 5 de setembro é relevante para a Igreja. É o dia da morte da Madre Teresa de Calcutá: religiosa, missionária, vencedora do Prémio Nobel da Paz e santa, que ministrou aos pobres em Calcutá, na Índia, durante mais de 40 anos. Através da ordem religiosa que estabeleceu em 1950, as Missionárias da Caridade, o seu serviço de caridade chegou aos pobres de muitas partes do mundo. Ela é uma das Santas Padroeiras da Caritas Internationalis.
Para a Santa Madre Teresa, a caridade consiste em pequenas ações feitas para o bem de outras pessoas. No entanto, as ações de caridade apenas podem vir de uma pessoa de caridade.
A fonte suprema da caridade é Deus, o nosso Deus vivo e pessoal. “Deus é amor”, de acordo com a Primeira Carta de S. João, capítulo 4, versículo 8. Amor é o nome de Deus, Deus dá amor, perdoa os pecadores, protege os fracos, alimenta a Terra, sofre com os pobres, acompanha os abandonados.
Em Jesus, o amor de Deus derrotou a morte. Todos os seres humanos são criados à semelhança de Deus para serem a cara do seu amor na Terra. Madre Teresa permitiu a Deus, que é amor, transformar a sua pessoa num instrumento da caridade de Deus para com os pobres.
A pandemia da COVID-19 define o tom do Dia Internacional da Caridade em 2020. Toda a gente é chamada a fazer ações de caridade, a aliviar a pobreza e a promover a estabilidade e a paz.
Mas, no espírito da Santa Madre Teresa, creio que a celebração deste ano levanta questões mais profundas:
Que tipo de pessoa somos? Que tipo de pessoas estamos a formar na nossa juventude? Respeitamos as pessoas que são diferentes de nós? A pandemia despertou o instinto do amor em nós? Ou tornou-nos impessoais? Mais do que nunca, precisamos, hoje em dia, de caridade autêntica vinda de pessoas autênticas.