Vulnerabilidades, Deficiência e Voluntariado
Foi uma semana muito rica …
No dia 3, sexta feira, celebrou-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e hoje celebra-se o Dia Internacional do Voluntariado. Os alertas que estas comemorações nos dão permitem-nos criar espaço de reflexão e pensamento sobre causas maiores, sobre o caminho a fazer e sobre as garantias que temos de construir.
O 17º princípio do Pilar Europeu dos Direitos Sociais refere a inclusão das pessoas com deficiência dizendo que “as pessoas com deficiência têm direito a um apoio ao rendimento que lhes garanta uma vida digna, a serviços que lhes permitam participar no mercado de trabalho e na sociedade e a um ambiente de trabalho adaptado às suas necessidades.” Como foi referido pela Cáritas, o que está em causa e exige a nossa atenção é a “Reabilitação, a Integração, a Inclusão e a Participação, neste caso, em concreto, das pessoas com Deficiência. Infelizmente, e sobre isto, ainda há “muito caminho por andar”… Caminho que envolve todos e que deve garantir que nenhuma pessoa com vulnerabilidade fique para trás.
Para participar é preciso saber, ter acesso ao conhecimento e aos meios. Apesar do esforço de muitos ainda existe muita discriminação pela ação e pela omissão a todos os níveis, mas na verdade é até muito claro … Os direitos das pessoas com deficiência são os mesmos direitos humanos, reconhecidos pela Declaração Universal, para todos. Todos merecem ser incluídos e viver uma vida plena em comunidade. Devem ter acesso às mesmas oportunidades, educação, saúde, trabalho que qualquer outra pessoa. Não garantir esse acesso, é violar os direitos humanos supostamente garantidos a todos, independentemente da idade, do género, da raça, da orientação sexual e tantos outros fatores físicos, sociais, culturais.
O que temos de fazer é encontrar as ferramentas certas que garantam o acesso, facilitem a participação, e defendam os direitos. Às vezes parece pouco o que pensamos poder fazer, mas provavelmente também é a junção de pequenas diferenças que vai garantir que as desigualdades não se sobreponham aos direitos. Nós, na Caritas, vamos tentar garantir que a informação que produzimos seja acessível a todos…. Para que a “Nossa Casa” seja efetivamente “Comum”. Parece um bom princípio.
5 dezembro
Dia Internacional do Voluntariado
Como referi, hoje há que celebrar os voluntários. Não querendo parecer um calendário de efemérides, não poderia deixar de referir aqui hoje o Dia Internacional do Voluntariado. No setor solidário sabemos o valor desse tempo benévolo que é oferecido despojadamente. Se em Portugal contabilizássemos o valor e riqueza desta oferta que vemos acontecer a cada minuto, em todos os setores, estou certa de que seria o maior sucesso contabilístico.
Não é um mundo perfeito, mas é uma ação que faz diferença na vida de muitos, no bem-estar, nos afetos, na companhia, na alegria, na presença ….
São muitas as formas e as abordagens sobre a importância do voluntariado nos dias de hoje. Do ponto de vista pessoal, das empresas e organizações. Desde a ação informal e pontual ao voluntariado regular e regulado. Uma coisa é objetiva: o voluntariado é uma forma de se ser e fazer parte integrante da sociedade. Os voluntários são uma porta aberta para o mundo e um espaço de conforto. São um elemento de grande agilização das estruturas, provocando-as e desafiando-as. De forma particular nestes últimos anos, o voluntariado trouxe para as sociedade e comunidades uma mão armada para ultrapassar barreiras de todo o tipo. Trazem tempo, conhecimento especializado, recursos e fazem-no de uma forma comprometida e responsável. Na rede nacional Cáritas participam cerca de 1000 voluntários regulares e 5 mil pontuais.
Somos melhores por causa da sua participação!
O nosso desafio é aos jovens. Juntem-se e façam a diferença acontecer.
A minha gratidão e um fortíssimo abraço a todos os voluntários.
Bem hajam
Feliz domingo
Rita Valadas
Presidente da Cáritas Portuguesa
(Crónica emitida no domingo, 05 de dezembro, no espaço “A Opinião”, na TSF